Previsão de Competências do CEDEFOP

O CEDEFOP – Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional desenvolve um trabalho de Previsão de Competências, o qual permite imaginar como será o mercado laboral nos próximos 10 anos, através da previsão das tendências futuras em matéria de emprego, incluindo a identificação dos possíveis desafios e alterações que determinadas profissões enfrentarão até 2030.

Uma das profissões analisadas é a de gerente de hotelaria, restauração e comércio. Inclui gerentes de hotel, de restaurante, de comércio a retalho e por grosso e de outros serviços, como centros desportivos, recreativos e culturais.

A análise identificou a autonomia, a criatividade e a capacidade de decisão, bem como de prestação de serviços e atendimento, como as funções e as competências mais importantes para os profissionais da área, sendo que o comércio por grosso e a retalho é o principal empregador dos gerentes nesta área (35%). Mas outras são elencadas, nomeadamente a capacidade de vender e influenciar, de reunir e avaliar informações, de utilização das TIC, de ensinar, formar e treinar, de desempenhar tarefas correntes, literacia e numeracia, trabalho em equipa, destreza e força.

A análise refere que o perfil de qualificações nestas profissões de gerente não deverá alterar-se significativamente no futuro. Ao que tudo indica, são profissões com muito pouco risco de automatização, sendo previsível que o número de profissionais nesta área com qualificações de alto nível venha a aumentar (passado dos atuais 35% para 41% em 2030) e que a percentagem de profissionais com poucas qualificações diminua (passado de 22% para 18% em 2030).

No que respeita aos fatores de mudança que irão afectar as suas competências, regra geral estes gerentes são responsáveis por estabelecimentos que prestam serviços directamente ao público, mas que são demasiado pequenos para dispor de hierarquias de gestão – por conseguinte, as suas competências devem estar mais orientadas para as relações com os clientes do que para os sectores mais especializados e técnicos.

Entre os factores de mudança identificados, refere-se a existência de uma nova geração de trabalhadores com exigências e expectativas diferentes (nomeadamente em termos de conciliação entre o trabalho e a vida privada, e de uma comunicação mais rápida e acessível com as chefias). É, também, referido o desafio que o envelhecimento da população na UE coloca ao recrutamento de gerentes, podendo haver défices de competências nas próprias funções de gestão, à medida que os gerentes experientes se forem reformando. As mudanças tecnológicas no sector do comércio a retalho têm conduzido, em certos casos, à existência de competências subdesenvolvidas ou mesmo nulas em matéria de gestão de dados, análise crítica, conhecimentos da Web e de outras tecnologias, bem como de planeamento estratégico, que se revelarão essenciais. Estes profissionais terão, ainda, que ser capazes de gerir os pedidos dos clientes feito online, bem como de formar o seu pessoal e reforçar as suas próprias competências neste domínio. É, enfim, referida a necessidade de dominarem os quadros legais e regulamentares existentes (incluindo em questões de higiene e saúde no trabalho, e de higiene alimentar) e de se conformarem aos mesmos.

A análise refere, enfim, que as futuras necessidades de competências só poderão ser supridas se os potenciais candidatos a cargos de gerência forem identificados numa fase precoce e integrados em programas de desenvolvimento adequados, incluindo de desenvolvimento de competências fundamentais de gestão e liderança. Estes programas de formação podem ser internos ou externos, incluindo em contexto de trabalho e melhorados por um sistema de tutoria. Importa, enfim, que as empresas formem os seus gerentes para a evolução tecnológica relevante para os seus sectores.

Questionário online da Eurofound

A Fundação para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho – Eurofound lançou a terceira ronda do seu estudo sobre o impacto que a pandemia está a ter sobre as condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus.

Na verdade, apesar da recente introdução de vacinas, a pandemia de COVID-19 continua a ter enormes efeitos na qualidade de vida e no trabalho das pessoas. Por conseguinte, a Eurofound pretende continuar a registar a forma como o impacto económico e social da pandemia está a afetar as pessoas. Para captar os novos desenvolvimentos, esta fase do estudo também inclui perguntas novas, por exemplo, sobre o que pensam as pessoas dos programas de vacinação e sobre a qualidade e a utilização dos serviços públicos em tempos de pandemia.

Esta terceira ronda assenta, tal como as outras, num questionário online que está aberto a pessoas com 18 ou mais anos de idade, que vivam na União Europeia, mas as questões que coloca – sobre o bem-estar – são do interesse das pessoas de qualquer país. A participação é voluntária e todas as respostas são recolhidas de forma anónima, estando mais informações sobre a política de privacidade acessíveis em: declaração sobre proteção de dados.

Com mais este estudo, esta agência europeia pretende continuar a fornecer, aos decisores europeus, os conhecimentos necessários ao desenvolvimento de melhores políticas sociais, de emprego e relacionadas com o trabalho. Importa, pois, que se consiga o maior número de participantes possível, sendo que mais de 90.000 pessoas já participaram nas duas primeiras rondas, realizadas em Abril e em Julho de 2020.

Todos os que quiserem participar na atual terceira ronda, poderão aceder e preencher o questionário em http://eurofound.link/survey001

PME Líder 2020 reconhece cerca de 1000 empresas, 34.4% no comércio

Em termos de distribuição sectorial, o Comércio, uma vez mais teve a liderança, (34,4%), seguindo-se a Indústria Transformadora (24,4%), o Alojamento, Restauração e Similares (10,8%) e a Construção (10,8%).

Saber mais em PME Líder, no site do IAPMEI.

 

Revisão da Política Comercial da UE

No seguimento de uma consulta pública sobre o desenvolvimento futuro da política comercial da União Europeia, a Comissão publicou ontem (18 de Fevereiro) a sua Revisão da Política Comercial, definindo a Estratégia Comercial da União Europeia para os próximos anos.

A Comunicação confirmou o que se esperava: uma forte aposta na melhoria do sistema comercial multilateral, assente numa nova liderança da Organização Mundial do Comércio (OMC) e numa atitude do governo dos EUA mais construtiva.

O novo conceito baseia-se numa “autonomia estratégica aberta”, assente em três pilares:

  1. Abertura: a UE promoverá relações abertas, que contribuam para a recuperação económica através do apoio às transformações verde e digital, bem como o reforço do multilateralismo e a reforma das regras de comércio global;
  2. Sustentabilidade: a UE fará um esforço de atualização do enquadramento regulamentar internacional, por forma a assegurar que as regras sejam justas e sustentáveis;
  3. Assertividade: onde necessário, a UE terá uma postura mais assertiva na defesa dos seus interesses e valores, incluindo através de novas ferramentas.

A nova Estratégia considera prioritária uma reforma profunda da OMC, incluindo compromissos globais sobre comércio e clima, novas regras para o comércio digital, regras reforçadas para combater distorções na concorrência, e o restaurar do seu sistema de resolução de conflitos.

Esta Estratégia pretende fortalecer a capacidade que o comércio tem em contribuir para as transições digital e climática. Primeiro, contribuindo para se alcançar os objectivos do “European Green Deal”. A Comissão lançará uma avaliação sobre a implementação efectiva dos capítulos Comércio e Sustentabilidade, nos acordos de comércio. Segundo, através da remoção de barreiras injustificadas ao comércio, na economia digital, para que se possa usufruir dos benefícios das tecnologias digitais no comércio (por exemplo, assegurando fluxos de dados entre países).

Finalmente, a UE adoptará uma abordagem mais assertiva no que respeita à implementação dos seus acordos comerciais, no combate às práticas comerciais desleais e dando resposta a preocupações no âmbito da sustentabilidade. As questões das empresas públicas e dos subsídios serão abordadas. Também serão exploradas opções para uma Estratégia europeia no domínio dos créditos à exportação, incluindo a coordenação de ferramentas financeiras disponíveis nos países da UE.

CCP reúne com Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

A reunião teve pontos positivos, nomeadamente a disponibilidade para o aprofundamento de pagamento em prestações de alguns impostos. A CCP continuará a acompanhar a evolução da situação económica e a propor as medidas que considerar indispensáveis para as empresas

Pacote de recuperação da UE

O Conselho adoptou, no passado dia 11 de Fevereiro, o regulamento que cria o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o qual está no centro do plano de recuperação da União Europeia, de 750 mil milhões de euros.

O Mecanismo de Recuperação e Resiliência disponibilizará 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos para a realização de investimentos públicos e de reformas, nos 27 Estados-Membros, a fim de os ajudar a fazer face ao impacto da pandemia de COVID-19, promover a transição ecológica e digital e construir sociedades resilientes e inclusivas.

Os Estados-Membros receberão apoio do mecanismo com base nos seus planos nacionais de recuperação e resiliência (PRRs), que se encontram atualmente em fase de preparação, tendo Portugal já apresentado o seu a Bruxelas. Estes planos devem contemplar as acções concretas que cada Estado-Membro pretende implementar, no sentido de apoiarem a recuperação após a crise da COVID-19.

Nos termos do novo regulamento, os Estados-Membros terão de estabelecer, nos seus planos, um pacote coerente de reformas e projetos de investimento em seis domínios de intervenção de relevância europeia: transição ecológica; transformação digital; crescimento e emprego (inteligentes, sustentáveis e inclusivos); coesão social e territorial; saúde e resiliência; e políticas para a próxima geração, as crianças e os jovens, incluindo em matéria de educação e competências.

O apoio estará ligado às recomendações específicas por país formuladas no âmbito do Semestre Europeu, que identificam os principais desafios que cada Estado-Membro terá de enfrentar para reforçar a competitividade e a coesão social e económica. Contribuirá igualmente para a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

Alguns dos requisitos essenciais dizem respeito aos objetivos ecológicos e digitais da UE. Pelo menos 37 % das verbas atribuídas a cada um dos planos têm de apoiar a transição ecológica, e pelo menos 20 % a transformação digital. Além disso, todas as medidas incluídas nos planos dos Estados-Membros deverão respeitar o princípio de “não prejudicar significativamente”, a fim de proteger os objetivos da UE em matéria de ambiente.

Os Estados-Membros terão, ainda, que assegurar a criação de sistemas de controlo adequados para prevenir, detetar e corrigir a corrupção, a fraude e os conflitos de interesses.

Renovação do estado de emergência

O Governo mantém inalteradas as medidas que têm vindo a vigorar, constantes no Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de Janeiro, prorrogando a sua vigência até às 23h59 do dia 1 de Março.

A vigência do Decreto n.º 3-D/2021, de 29-1, relativa a actividades lectivas e reposição de fronteiras  é, igualmente, prorrogada, com algumas alterações, até às 23h59 do dia 1de março.

Relativamente às limitações que possam ser aplicadas aos estabelecimentos de comércio a retalho que comercializam vários tipos de bens, fica doravante proibido que aquelas limitações incidam sobre livros e materiais escolares.

Estratégia Nacional de Testes e Rastreio de Contactos

Estas atualizações, que entram em vigor às 00.00 do dia 15 de fevereiro, intensificam a estratégia de testagem para controlar a pandemia COVID-19, alargando a utilização de testes rápidos de antigénio em Portugal.

Mais informação em: https://covid19.min-saude.pt/direcao-geral-da-saude-atualiza-estrategia-nacional-de-testes/

Menos 68 mil pessoas empregadas nos serviços em 2020

É ainda de salientar que nos serviços a maior quebra no emprego foi a que se registou no comércio, com menos 37,8 mil pessoas (-5,4% de empregados que em 2019), das quais -31,4 mil no comércio retalhista, destacando-se em seguida a quebra estimada em -28,8 mil pessoas empregadas nos ramos do alojamento e da restauração (-9% que em 2019), bem como a quebra de -15,3 mil pessoas nas atividades administrativas e dos serviços de apoio (-8,9% que em 2019).

A população desempregada no país, em 2020, aumentou em 11 mil pessoas (+3,4% que em 2019) tendo-se traduzido por uma taxa de desemprego de 6,8% (6,5% em 2019). Acresce que, a par do aumento significativo da população inativa com mais de 15 anos, registou-se, face a 2019, um acréscimo de mais 58,5 mil pessoas inativas, disponíveis para trabalhar, mas que não procuraram emprego.

No último trimestre do passado ano a redução homóloga do emprego na economia foi estimada em -1%, enquanto nos serviços foi mais acentuada, de -1,6%, e no comércio ainda mais acentuada, de -6,8%, sendo de destacar em particular a quebra homóloga de -13,4% no comércio retalhista (estimada em -60,8 mil indivíduos).

Boletim “Vencer a crise para ganhar a década” #7

A CCP e o Fórum dos Serviços iniciaram no mês de Maio de 2020 a elaboração do boletim Vencer a crise para ganhar a década, que pretende ser um contributo para ultrapassar a crise económica devido à pandemia

Com esta publicação, pretende-se analisar a crise económica provocada pela pandemia e aos últimos dados económicos e evidenciar áreas e sectores cujo investimento irá ser vital para o nosso país relançar a actividade económica e criar emprego.

O sétimo número deste boletim destaca a necessidade de uma das mudanças económicas e a necessidade premente de novas políticas de forma a enfrentar a crise actual.

No capítulo sobre os números, analisa-se os indicadores estatísticos nacionais e a sua evolução sem sinais de retoma relativamente ao período homólogo. São também analisadas as previsões mais recentes para 2021 e a execução orçamental de 2020.

No capítulo sobre as Políticas, realçam-se as medidas restritivas aos apoios às empresas em Portugal e eleição do digital como uma das prioridades para a década 2020/30, bem como a definição de novas regras para os serviços e os Mercados Digitais.

No capítulo sobre os desafios, analisam-se as performances de países na resposta à pandemia, e os factores que influenciam a participação dos países nas cadeias de valor global.

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