“Portugal – Balanço Social 2021”

No passado dia 18 de Janeiro foi lançado o Relatório “Portugal – Balanço Social 2021”, elaborado por uma parceria que contou com a participação da Nova Business School.

O referido relatório procurou mapear os problemas sociais nacionais, bem como elencar possíveis soluções, permitindo ao público em geral aceder às pistas que surgiram com o trabalho de investigação que esteve na base deste documento.

O objectivo principal do relatório é permitir que se conheçam dados essenciais sobre a situação social e sobre a sua evolução, ou seja, fazer uma avaliação do estado social da Nação, incluindo uma avaliação dos efeitos da pandemia, a qual interrompeu os níveis positivos alcançados no domínio social – o relatório realça os impactos negativos que se verificaram em várias áreas, incluindo no estado na saúde (nomeadamente, dos mais idosos e sobre a saúde dos públicos-alvo mais afastados do mercado de trabalho, como os desempregados), acabando por concluir que – relativamente ao futuro – é fundamental contrariarem-se os pontos de partida actuais.

Entre as principais conclusões negativas, são de destacar:

– o aumento da taxa de pobreza em 2020;
– a maior incidência da taxa de pobreza nas famílias monoparentais e numerosas, e nos desempregados;
– o aumento da desigualdade;
– a importância das transferências sociais, já que na sua ausência a taxa seria muito mais alta do que a registada;
– a existência de diferenças na taxa, entre regiões;
– ao nível da saúde, o aumento em 2021 do número de cirurgias e de consultas (muitas, já presenciais relativamente à situação de 2020, fruto da pandemia),bem como uma diminuição dos níveis de ansiedade;
– a existência de perturbações na actividade lectiva, com consequências sobre as competências adquiridas;
– o aumento do número de inscrições nos centros de emprego;
– a diminuição do número de horas de trabalho para alguns segmentos populacionais, com realce para as mulheres com filhos.

Na sessão de lançamento do relatório, e com base na experiência de alguns países da Escandinávia, foi ainda realçada a importância de se comparar o risco de pobreza dos filhos em comparação com o que os seus pais tiveram (há décadas atrás) e de se avaliar criteriosamente quais as medidas mais eficazes para determinados públicos, bem como de se ter em conta não apenas os dados administrativos, mas também outros (por exemplo, a capacidade de aquecimento dos lares), o que implica uma integração entre todos os dados disponíveis e uma estreita colaboração com todos os actores envolvidos, incluindo entidades como a CARITAS, que trabalham com públicos mais carenciados.

“O comércio é claramente menosprezado na proposta governativa do PRR”

Dia 30 há eleições legislativas. Como convencer um abstencionista a ir votar?

Os apelos genéricos sobre a importância de votar para participar nas opções para o futuro do país têm cada vez menos impacto. O importante é que os governantes, e os políticos em geral, sejam credíveis em relação ao que prometem e ao que fazem. É preciso também dar a imagem que o sistema político não é um conjunto de partidos em que “os seus” são defendidos de uma forma quase “clubística”. É fundamental ser eficaz no afastamento rápido dos que não têm perfil para o lugar, em particular quando envolve corrupção.

Qual a primeira medida na sua área que o governo deveria tomar?

Avançar com um plano de incentivos e modernização do comércio que inclua não só o digital como a qualificação dos trabalhadores e a gestão de PME e microempresas. Bonificar os projetos coletivos que conduzam a fusões, associações ou funcionamento em rede, de modo a melhorar a produtividade do setor.

E qual a primeira medida para o país, em geral?

Duas áreas são fundamentais e urgentes para a economia. Revisão do sistema fiscal de modo a torná-lo mais equilibrado e menos pesado. Reforma profunda da justiça, não só em termos de funcionamento e procedimentos, mas em particular para a área económica. É preciso ultrapassar tabus e enfrentar de uma forma determinada o corporativismo dos vários agentes, que é um claro fator de bloqueio à mudança.

O PRR pode mudar o país? Qual a sua expectativa em relação à execução do PRR durante esta legislatura?

Para mudar, o país necessita de incentivar a inovação e em particular centrar-se nos projetos e empresas que acrescentem valor. Infelizmente o comércio, e em especial os serviços que são estruturantes nesta orientação estratégica, são claramente menosprezados na proposta governativa.

Fiscalidade: o novo governo deve baixar ​​​​​​​primeiro os impostos às famílias ou às empresas? Qual das soluções trará mais rápido crescimento ao país?

A questão não se pode colocar nesses termos. Dentro da estrutura de impostos é necessário quer para as famílias quer para as empresas definir as prioridades. Para as famílias é prioritário atuar nos impostos sobre os rendimentos e o consumo. Para as empresas, pelo menos, isentar de IRC os investimentos e a capitalização.

Escolha dois ou três políticos da História de Portugal (que não sejam candidatos a estas eleições) e que continuam a ser uma inspiração para si?

Não é uma perspetiva sobre a qual tenha feito uma reflexão profunda. Talvez em situações históricas e enquadramentos diferentes duas personalidades. O Marquês de Pombal como alguém que tinha uma visão estratégica que procurou aplicar para Portugal chegar ao nível da Europa. Jorge Sampaio pelo modo com se posicionou na ação política.

Consulta da Comissão Europeia

A Comissão Europeia lançou, no passado dia 11, uma consulta pública sobre o consumo sustentável de bens e a promoção do direito à reparação e reutilização.

O principal objetivo desta iniciativa é encorajar os consumidores a usarem bens durante um tempo mais longo, através da reparação de bens que fiquem com algum defeito e de uma maior quantidade de compras de bens em segunda mão e renovados.

Com esta consulta, a Comissão Europeia pretende auscultar se é necessária uma mudança em termos de política e apresenta três opções, com diferentes níveis de intervenção:

– uma intervenção mais leve, baseada em compromissos voluntários;
– uma intervenção moderada, assente na extensão dos períodos legais de garantias, em determinadas situações relacionadas com as opções dos consumidores;
– uma intervenção mais forte, que limite as opções dos consumidores, privilegiando a reparação em relação à substituição dos bens e definindo obrigações para os produtores ou vendedores.

A Consulta está em curso até ao dia 5 de abril de 2022 e encontra-se acessível em: consultation

Ato dos Mercados Digitais (DMA)

A Eurocommerce, entidade europeia em que a CCP está filiada, realçou – nas vésperas do início do diálogo entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão Europeia – que são necessárias regras claras e consistentes em toda a Europa relativamente aos mercados digitais.

A diretora geral do EuroCommerce, Christel Delberghe, disse:

“A pandemia do COVID acelerou imenso as vendas online e realçou o que as plataformas podem oferecer aos comerciantes, incluindo às PME – benefícios reais, aumentando a sua visibilidade e o seu acesso a uma base de clientes mais ampla, bem como proporcionando eficiência e custos de transação mais baixos. Solicitamos aos co-legisladores que assegurem que as regras finalmente adotadas sejam exequíveis, claras para todos os intervenientes e não criem encargos ou custos desnecessários. Em particular, pedimos que o DMA (Ato para os mercados digitais) reflita plenamente as diferenças entre os vários serviços prestados pelas plataformas e evite a fragmentação do mercado único.”

Num ambiente desafiante e em rápida mudança, retalhistas e grossistas precisam de um DMA que forneça segurança jurídica e incentivos para o crescimento dos negócios e o seu investimento em estratégias online robustas, num mercado único que funcione adequadamente, com clareza tanto para o gatekeeper quanto para as plataformas emergentes. Isto significa uma harmonização máxima, nomeadamente no âmbito do DMA e das práticas por ele reguladas, sendo a Comissão Europeia o principal responsável pela definição das novas regras para evitar uma aplicação fragmentada que prejudique o mercado único.

Apoiamos a proposta da Comissão em especificar, num diálogo regulamentar com as partes interessadas, até que ponto uma obrigação se aplica a um determinado serviço de plataforma, a fim de permitir que as regras sejam adaptadas a diferentes tipos de modelos de negócio. Neste contexto, apoiamos a proposta do Parlamento Europeu de definir conceitos como “utilizador final” e “utilizador empresarial” de forma diferente consoante o tipo de plataforma principal, mas a definição de utilizador final ativo para mercados de comércio eletrónico deve estar exclusivamente ligada uma transação monetária ou compra.

Por fim, esperamos que, dada a importância do DMA para vários atores do mercado, o diálogo inter-institucional seja conduzido de forma totalmente transparente e que quaisquer novas mudanças importantes sejam consideradas cuidadosamente, tendo em conta o seu impacto no desenvolvimento de um mercado de plataformas europeias vibrante e competitivo.

PROJETO “SMILES”

O projeto europeu “SMILES”, em que a CCP participou enquanto membro da SMEunited, já disponibilizou o seu relatório e as suas recomendações finais, em todas as línguas oficiais da União Europeia.
Este projeto visou avaliar o envolvimento dos Parceiros Sociais Nacionais no processo do Semestre Europeu, bem como especificamente no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência .

Informação complementar está disponível em: https://www.smeunited.eu/publications/smiles-final-report

“Competências para a Interculturalidade”

O Curso “Competências para a Interculturalidade” contribui para a concretização da Medida 49 do Plano Nacional para a Implementação do Pacto Global para as Migrações Seguras, Ordenadas e Regulares e nasce da parceria entre o ACM e o Instituto Nacional de Administração, I.P. (INA).

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4 de janeiro de 2022

O Instituto Nacional de Administração, I.P., e o Alto Comissariado para as Migrações, I.P., lançaram no dia 4 de janeiro, o curso “Competências para a Interculturalidade”. Esta formação e-learning e de frequência gratuita está disponível na Plataforma NAU, tem a duração estimada de 4 horas e concede certificado após avaliação do formando.
Este curso é aberto ao público em geral, nasce da necessidade de tornar o mundo global em que vivemos mais coeso e inclusivo, sobretudo devido à crescente interação entre pessoas de diferentes culturas, línguas, religiões e formas de estar no mundo.
Mais informações: apoio.elearning@ina.pt

Lançamento da campanha: “É fixe o que as pessoas migrantes trazem na mala”

A Campanha “É fixe o que as pessoas migrantes trazem na mala”, desenvolvida pelo projeto #Migramyths – Desmistificando a Imigração, é promovida pela Casa do Brasil de Lisboa e tem como objetivo destacar a diversidade e a história de vida das pessoas migrantes em Portugal, além de valorizar a contribuição cultural, social e económica que trazem a toda a sociedade.

O projeto, que inicia a 3ª edição durante este mês de janeiro de 2022, desenvolve ações para o combate à desinformação acerca das migrações e contou com o apoio do Programa de Apoio ao Associativismo Imigrante (PAAI) nas suas três edições.

As entidades envolvidas na Campanha agradecem a participação de Alexander Kpatue Kweh, Letícia Gurgel, Pedro Henrique Barbosa, Márcia Homem de Mello e Patrícia Peret. #migramyths #imigrantes #portugal #europa #fixe

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