26 de Fevereiro, 2021
Gerentes de hotelaria, restauração e comércio
O CEDEFOP – Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional desenvolve um trabalho de Previsão de Competências, o qual permite imaginar como será o mercado laboral nos próximos 10 anos, através da previsão das tendências futuras em matéria de emprego, incluindo a identificação dos possíveis desafios e alterações que determinadas profissões enfrentarão até 2030.
Uma das profissões analisadas é a de gerente de hotelaria, restauração e comércio. Inclui gerentes de hotel, de restaurante, de comércio a retalho e por grosso e de outros serviços, como centros desportivos, recreativos e culturais.
A análise identificou a autonomia, a criatividade e a capacidade de decisão, bem como de prestação de serviços e atendimento, como as funções e as competências mais importantes para os profissionais da área, sendo que o comércio por grosso e a retalho é o principal empregador dos gerentes nesta área (35%). Mas outras são elencadas, nomeadamente a capacidade de vender e influenciar, de reunir e avaliar informações, de utilização das TIC, de ensinar, formar e treinar, de desempenhar tarefas correntes, literacia e numeracia, trabalho em equipa, destreza e força.
A análise refere que o perfil de qualificações nestas profissões de gerente não deverá alterar-se significativamente no futuro. Ao que tudo indica, são profissões com muito pouco risco de automatização, sendo previsível que o número de profissionais nesta área com qualificações de alto nível venha a aumentar (passado dos atuais 35% para 41% em 2030) e que a percentagem de profissionais com poucas qualificações diminua (passado de 22% para 18% em 2030).
No que respeita aos fatores de mudança que irão afectar as suas competências, regra geral estes gerentes são responsáveis por estabelecimentos que prestam serviços directamente ao público, mas que são demasiado pequenos para dispor de hierarquias de gestão – por conseguinte, as suas competências devem estar mais orientadas para as relações com os clientes do que para os sectores mais especializados e técnicos.
Entre os factores de mudança identificados, refere-se a existência de uma nova geração de trabalhadores com exigências e expectativas diferentes (nomeadamente em termos de conciliação entre o trabalho e a vida privada, e de uma comunicação mais rápida e acessível com as chefias). É, também, referido o desafio que o envelhecimento da população na UE coloca ao recrutamento de gerentes, podendo haver défices de competências nas próprias funções de gestão, à medida que os gerentes experientes se forem reformando. As mudanças tecnológicas no sector do comércio a retalho têm conduzido, em certos casos, à existência de competências subdesenvolvidas ou mesmo nulas em matéria de gestão de dados, análise crítica, conhecimentos da Web e de outras tecnologias, bem como de planeamento estratégico, que se revelarão essenciais. Estes profissionais terão, ainda, que ser capazes de gerir os pedidos dos clientes feito online, bem como de formar o seu pessoal e reforçar as suas próprias competências neste domínio. É, enfim, referida a necessidade de dominarem os quadros legais e regulamentares existentes (incluindo em questões de higiene e saúde no trabalho, e de higiene alimentar) e de se conformarem aos mesmos.
A análise refere, enfim, que as futuras necessidades de competências só poderão ser supridas se os potenciais candidatos a cargos de gerência forem identificados numa fase precoce e integrados em programas de desenvolvimento adequados, incluindo de desenvolvimento de competências fundamentais de gestão e liderança. Estes programas de formação podem ser internos ou externos, incluindo em contexto de trabalho e melhorados por um sistema de tutoria. Importa, enfim, que as empresas formem os seus gerentes para a evolução tecnológica relevante para os seus sectores.