A OIT publicou recentemente, estando igualmente disponível na pagina web da DGERT, este documento, que alerta para a exposição ao calor excessivo e ao stresse térmico por um número cada vez maior de trabalhadores em todo o mundo. Os dados mais recentes mostram que as regiões que antes não eram afetadas por este fenómeno enfrentam agora riscos acrescidos, enquanto os trabalhadores das regiões de climas tradicionalmente quentes, irão confrontar-se com condições de trabalho cada vez mais perigosas.
Apesar desta percentagem ainda permanecer baixa na Europa e Ásia Central (29%), em comparação com África (92,9%), Estados árabes (83,6%), Ásia-Pacífico (74,7%) e Américas (70%), o clima na Europa aqueceu a um ritmo duas vezes mais rápido do que a média global desde a década de 1980, afirmaram a OMM e o programa europeu Copernicus.
Entretanto, é no continente americano (33,3%), na Europa e na Ásia Central (16,4%) que se regista, desde 2000, o maior aumento de lesões (devidas a acidentes ou doenças) relacionados com o trabalho provocadas pelo stresse térmico. O relatório sublinha que o stresse térmico é um assassino invisível e silencioso que pode ter impactos imediatos na saúde, agravando o risco de doenças, cardíacas, pulmonares e renais podendo inclusive, a exposição a este risco, ser fatal. A nível mundial, salientam, ainda, que da população ativa afetada, os trabalhadores estão mais frequentemente expostos ao calor excessivo: África (92,9%), Estados Árabes (83,6%) e na Ásia e Pacífico (74,7%).
As estimativas, de 2020, indicam que 4.200 trabalhadores perderam a vida devido a ondas de calor e, no total, 231 milhões de pessoas foram expostas a ondas de calor durante o trabalho, o que representa um aumento de 66% cento em relação a 2000 (139 milhões).
O relatório salienta, ainda, que 9 em cada 10 pessoas a nível mundial foram expostas ao calor excessivo (sem contar com as exposições a ondas de calor) e que, 8 em cada 10 lesões profissionais causadas por calor extremo, não ocorreram durante as ondas de calor. Também refere que a melhoria das condições de segurança e saúde orientadas para a prevenção de lesões causadas pelo calor excessivo nos locais de trabalho poderia poupar até 361 mil milhões de dólares a nível mundial – relativos a perdas de rendimentos e despesas com cuidados de saúde – a frequência e intensidade do stresse térmico aumentam, mas as regiões do mundo são afetadas de forma diferente. As estimativas da OIT indicam que as economias de baixo e médio rendimento, em particular, são as mais afetadas, uma vez que os custos com as lesões provocadas pela exposição ao calor excessivo no trabalho, podem atingir cerca de 1,5 por cento do PIB nacional.
O relatório analisou as medidas legislativas adotadas por 21 países para encontrar características comuns que possam orientar a criação de planos eficazes com vista à segurança térmica nos locais de trabalho, nomeadamente da Europa e Asia Central. Também descreve os conceitos-chave de um sistema de gestão de segurança e saúde para proteção contra doenças e acidentes relacionados com a exposição ao calor.
Também descreve os conceitos-chave de um sistema de gestão de segurança e saúde para proteção contra doenças e acidentes relacionados com a exposição ao calor.
As conclusões baseiam-se no relatório publicado a propósito do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, intitulado “Ensuring safety and health at work in a changing climate”, que indicava que as alterações climáticas estavam a criar um conjunto de riscos graves para a saúde de, pelo menos, 2,4 mil milhões de trabalhadores por exposição ao calor excessivo, o que por si só, provoca 22,85 milhões de lesões profissionais e a perda de 18.970 vidas por ano.
Os interessados poderão aceder à publicação em anexo.