Regulamento relativo à segurança geral dos produtos – RSGP

O acesso à gravação do Webinar realizado pela DG JUST da Comissão Europeia, a 30 de janeiro de 2025, já está disponível no Safety Website:

 

Obrigações das empresas

Segurança dos produtos – obrigações impostas às empresas

As regras da UE, nomeadamente o novo Regulamento relativo à segurança geral dos produtos (RSGP), exigem que todos os produtos no mercado da UE sejam seguros, independentemente do seu canal de venda ou do seu país de origem. A esta exigência chama-se o «requisito geral de segurança», sendo os operadores económicos – fabricantes, importadores, distribuidores, etc. – os principais responsáveis pelo seu cumprimento.

Isto significa que os fabricantes devem certificar-se de que os produtos que colocam no mercado são seguros desde a conceção e cumprem as regras da UE em matéria de segurança dos produtos. Todas as empresas devem igualmente respeitar estas regras.

Antes de colocar um produto no mercado da UE, os fabricantes devem informar-se sobre os requisitos aplicáveis ao seu produto: deve estar em conformidade com toda a legislação aplicável em matéria de segurança dos produtos. Deve ter em consideração que podem aplicar-se simultaneamente vários atos jurídicos ao seu produto.

Para cumprir o requisito geral de segurança previsto no RSGP, o fabricante deve realizar uma análise dos riscos do produto. Esta análise, também designada «avaliação dos riscos», avalia os potenciais riscos para a saúde e a segurança dos consumidores e tem em conta todos os aspetos relevantes do produto. O fabricante deve elaborar documentação técnica que descreva todos os potenciais riscos do produto e o modo como foram eliminados ou atenuados e utilizar o Safety Business Gateway.

Coligação Portuguesa para a empregabilidade digital.

A Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital (CPED), da qual a CCP faz parte, foi formalmente instituída em 2015 e surgiu como resposta ao desafio da Comissão Europeia para colmatar a falta de competências digitais em Portugal e fomentar uma maior empregabilidade neste sector. Actualmente coordenada pelo .PT.
Durante a sessão foi partilhado o impacto do Ponto Digital, uma plataforma coordenada pelo .PT, que tem como objectivo promover as competências digitais em Portugal, e que já conta com 15.000 utilizadores activos e 350 entidades inscritas.

A plataforma Ponto Digital – Digital Skills and Jobs surgiu do convite da União Europeia aos países com Coligações Nacionais. Coordenada pelo .PT, nesta plataforma pode encontrar acções de formação, iniciativas, concursos (fontes de financiamento e prémios), estudos, recursos, ofertas de emprego, eventos e notícias na área do digital.

Saiba mais sobre esta iniciativa aqui

👉 www.pontodigital.pt

 

Dia Mundial da Justiça Social

No seguimento de divulgação feita pela Divisão para os Assuntos da OIT da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, a CCP participou nesta iniciativa organizada online pela Organização Internacional do Trabalho no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Justiça Social (20 de fevereiro).

Durante o evento, foi referida a importância do envolvimento dos Parceiros Sociais para que todas as oportunidades que a Inteligência Artificial (IA) encerra possam ser aproveitadas. Em particular, referiu-se que, no cenário digital atualmente existente no mundo, muitos negociadores sociais necessitam de maior informação e formação ligada à utilização dos algoritmos matemáticos no âmbito das relações de trabalho, sendo esta matéria fundamental até por uma questão democrática.

Também é necessário que a questão da IA seja abordada pelas instituições da UE abertamente e de uma forma transparente, incluindo ao nível do tratamento e da partilha dos dados entre empresas e da regulação do seu uso (questão que coloca grandes e reconhecidas dificuldades).

A necessidade de se apostar mais no upskilling e no reskilling foi frisada, bem como no desenvolvimento de novas ferramentas pelos centros de formação profissional, quer públicos, quer privados, numa ótica de disponibilização de uma oferta o mais rica possível no mercado, no domínio das qualificações digitais.

Foi referida a necessidade de uma ação urgente no sentido de um Acordo Global sobre IA, havendo contudo opiniões divergentes entre os representantes sindicais e de empregadores relativamente a várias questões – nomeadamente, os sindicatos temem que as mudanças possam tornar-se ingeríveis e apelam a uma distribuição justa dos ganhos, que consideram estar atualmente apenas nas mãos de quatro ou cinco grandes empresas a nível mundial; enquanto as empresas consideram que têm procurado evitar os erros que possam levar a um controlo desenfreado por parte das máquinas, desde logo porque isso acarretaria custos para o mundo empresarial que não querem suportar.

Da parte da OIT, o seu Diretor-Geral chamou a atenção para o facto da tecnologia e da IA estarem a redesenhar a forma das relações laborais no mundo e que se deverá procurar um balanço entre a modernização e a justiça social. Referiu que, ao facilitar-se a automação, isso implicará formação profissional e trará desafios ao nível da referida justiça social, havendo que se moldar a IA de forma a melhorar o mundo do trabalho:

– assegurando o acesso de todos à tecnologia da IA e que a sua integração nos locais de trabalho melhore a vida dos trabalhadores e os seus salários (e não o contrário);

– assegurando mecanismos de negociação coletiva que assegurem níveis de vida satisfatórios;

– assegurando a igualdade de acesso e não apenas a produtividade, sendo que existem diferenças entre empresas e entre países (em termos de dimensões) – há que assegurar parcerias globais para se conseguir o acesso e combater as diferenças ao nível da inclusão;

– temos de assegurar o envolvimento, tanto dos empregadores como dos trabalhadores, na definição futura do mundo do trabalho baseado na IA e evitar os riscos envolvidos: o diálogo social é fundamental, assim como a cooperação internacional.

Em suma, todas as partes envolvidas deverão contribuir para uma abordagem à questão da IA que seja o mais ética e transparente possível – e todos os atores têm a sua quota parte de responsabilidade para que este novo desafio venha a ter um desfecho vencedor para toda a humanidade.

Os  interessados poderão rever a sessão em: https://live.ilo.org/group/world-day-social-justice-2025-2025-02

 

Líder + digital Lisboa

está a desenvolver uma oferta formativa para promover a transformação digital das organizações, contribuindo assim para o aumento da produtividade e competitividade do tecido empresarial e da economia nacional.

Através de um Projeto de Formação e Ação de Transformação Digital, esta formação, totalmente gratuita,  proporciona o reforço das qualificações e competências digitais dos gestores, dirigentes e quadros técnicos superiores, capacitando-os para a tomada de decisões estratégicas e operacionais de excelência.

 

Saiba mais aqui

 

 

Inscreva-se já:

  • E-comunicação manhã (11 de Março) – 10H00 às 12H00 (Terças e Quintas) – 1 sessão presencial em Lisboa, a restante formação on line

https://lidermaisdigital.pt/curso/?c=competencias-na-e-comunicacao-a5pfa-lisboa-e-vale-do-tejo#form

  • E-liderança pós-laboral (06 de março) – 18h30 às 21h30 (Terças e Quintas) – 1 sessão presencial em Lisboa, a restante formação on line

https://lidermaisdigital.pt/curso/?c=competencias-na-e-lideranca-a4pfb-lisboa-e-vale-do-tejo

 

Líder + digital Centro

Através de um Projeto de Formação e Ação de Transformação Digital, esta formação, totalmente gratuita,  proporciona o reforço das qualificações e competências digitais dos gestores, dirigentes e quadros técnicos superiores, capacitando-os para a tomada de decisões estratégicas e operacionais de excelência.

Saiba mais aqui

Inscreva-se já!

Póximas edições:

Programa Avançado “Digital Transformation” – 10 de Março –  2 x por semana | 18h30/ 22h00  (primeira sessão presencial em Viseu, as restantes serão on line)
Inscrição:  https://forms.office.com/e/syLYBvnxhH)

Programa Avançado “Digital Transformation” – 20 de Março – 2 x por semana 14h30/18h00  (primeira sessão presencial em Coimbra, as restantes serão on line)

Inscrição:   https://forms.office.com/e/syLYBvnxhH)

Comité Económico e Social Europeu

O Comité Económico e Social Europeu – CESE aprovou na sua Secção da União Económica e Monetária e Coesão Económica e Social, o parecer ECO/657 sobre o Pacote de outono do Semestre Europeu.

Neste parecer, faz as seguintes Recomendações:

– considera profundamente lamentável e incompreensível que, num contexto político, social e económico turbulento a nível mundial, a Comissão Europeia tenha optado por não publicar a Análise Anual do Crescimento Sustentável, o principal documento do pacote de outono que apresenta as orientações políticas para o próximo período;

– considera que os riscos geopolíticos graves e crescentes e a deterioração das instituições multilaterais podem acabar por ter um grande impacto nas economias europeias, no comércio, na inflação e no crescimento. As instituições europeias devem estar preparadas para lidar com situações de emergência;

– congratula-se com os esforços da Comissão para lançar o ciclo de execução do novo quadro de governação europeia e incentiva a Comissão a concluir esse processo o mais rapidamente possível. Considera, no entanto, que, num contexto político e económico difícil a nível mundial, os Estados-Membros devem combinar de forma inteligente as medidas de estabilização financeira e as reformas e os investimentos necessários para assegurar que a União Europeia (UE) se mantém numa trajetória positiva de crescimento sustentável;

– assinala a posição da sociedade civil de que, embora o pacote de outono sublinhe a importância da participação das partes interessadas, há a perceção de que faltam mecanismos concretos para associar de forma adequada e eficaz os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil a nível nacional;

– concorda com a proposta da Comissão de lançar a Bússola para a Competitividade no início do próximo ano, com base nas recomendações formuladas no relatório de alto nível «Muito mais do que um mercado», de Enrico Letta, e no Relatório sobre o Futuro da Competitividade Europeia, de Mario Draghi;

– concorda com a conclusão do Relatório Draghi de que o principal fator subjacente aos diferenciais negativos de produtividade e competitividade da economia da UE em comparação com os Estados Unidos da América (EUA) e a China é o elevado défice de investimento acumulado nas últimas duas décadas. Considera que é muito importante promover uma política de investimento forte, centrada nos setores tecnológicos mais avançados, na criação de um mercado europeu da energia que reduza substancialmente os preços da energia e na concretização de uma transição ecológica e digital justa, utilizando os instrumentos proporcionados pela autonomia estratégica de uma política industrial europeia;

– considera que o investimento deve ser financiado por capitais públicos e privados, nacionais e europeus, devendo para o efeito ser criado um Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, centrado no financiamento de projetos europeus prioritários, e que o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2028-2034 deve aumentar significativamente os recursos destinados às prioridades de investimento. Paralelamente, o financiamento do investimento privado deverá ser facilitado através do reforço da capacidade de concessão de empréstimos do Banco Europeu de Investimento e da renovação do Programa InvestEU, bem como da conclusão sem mais atrasos injustificados da União Bancária e da União dos Mercados de Capitais;

– assinala a proposta da Comissão de que as recomendações específicas por país sejam orientadas para uma melhor execução das reformas e dos investimentos incluídos no Mecanismo de Recuperação e Resiliência e no QFP, uma vez que ambos estão prestes a terminar, em 2026 e 2027, respetivamente. No entanto, tendo em conta a atual taxa de execução e a natureza transformadora das reformas necessárias, defende uma avaliação pragmática para assegurar a plena eficácia deste mecanismo sem precedentes, o que passa por aferir imediatamente se o atual calendário de execução continua a ser adequado para a consecução dos objetivos visados. Tal ajudará os Estados-Membros afetados por desequilíbrios estruturais a reequilibrar as suas políticas macroeconómicas sem comprometer as reformas que apoiam o aumento da competitividade e geram um crescimento sustentável;

– considera que, no difícil contexto político e económico que a UE atravessa, é fundamental assegurar uma cooperação mais eficaz entre os Estados-Membros para superar esses obstáculos. Apoia a proposta de recomendação da Comissão sobre a política económica da área do euro, que insta os Estados-Membros a adotarem medidas, individual e coletivamente, para melhorar a competitividade e promover a produtividade;

– considera que as análises e conclusões da Comissão constantes do Relatório Conjunto sobre o Emprego são corretas e adequadas, podendo ser cuidadosamente convertidas em recomendações específicas por país. Insta igualmente os Estados-Membros a intensificarem os seus esforços para alcançar as melhorias necessárias no mercado de trabalho e a continuarem a aplicar os princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais;

– incentiva a Comissão a prosseguir o programa para reduzir os encargos que uma regulamentação excessiva representa para as empresas europeias, diminuindo a sua capacidade de competir a nível mundial. A Comissão deve igualmente identificar e eliminar os obstáculos regulamentares que prejudicam a competitividade, as fusões e as aquisições das empresas europeias. Cumpre dar especial atenção às empresas com um estatuto de mercado estratégico. Ao mesmo tempo, há que harmonizar tanto quanto possível as regulamentações nacionais simples, para chegar, no futuro, a normas europeias comuns. O CESE reputa importante e necessário dispor de regras com boa qualidade regulamentar, que garantam os direitos dos consumidores e os direitos sociais e ambientais;

– considera que, nas recomendações específicas por país, as propostas de investimento e de reformas devem dar prioridade à resolução do grave problema da habitação, que impede muitos cidadãos, especialmente os jovens, de usufruírem de um direito fundamental, tornando-se um obstáculo à mobilidade da mão de obra, que é, por sua vez, um fator de competitividade.

Este parecer deverá, agora, ser aprovado em sessão plenária deste Comité.

REDE FAMI 2030

N.º 10 | 18 fevereiro 2025
  • Disponibilizados instrumentos de apoio em matéria de Contratação Pública. Mais informação.
  • Aprovada operação para apoio a Oficiais de Ligação de Imigração. Mais informação.
  • Novos filtros e funcionalidades facilitam a pesquisa de Avisos FAMI 2030. Mais informação.

 

 

  • Open Day FAMI 2030: Sessão de esclarecimento sobre o aviso FAMI2030-2025-21. Mais informação.
  • Portas Abertas FAMI 2030 | Sessão de Trabalho: Entidades com Operações Aprovadas nos Avisos 9 e 13. Mais informação.
  • Abertura de Aviso FAMI2030-2025-21 para apoio ao acolhimento de requerentes e beneficiários de proteção internacional. Mais informação.
  • Alentejo Atual | Cáritas Beja realiza “conversas com saúde” junto da população migrante. Mais informação.
  • Mais Europa – Sic notícias | A inclusão através da Língua de Acolhimento: o caso do IEFP. Mais informação.
  • Rádio Cova da Beira | Novo projeto promove integração de migrantes em Castelo Branco. Mais informação.
  • Jornal de Leiria | Região de Leiria investe 420 mil euros na integração de migrantes. Mais informação.

 

Autoridade de Gestão do Programa FAMI 2030 | Managing Authority AMIF 2030

Campus XXI, Avenida João XXI, n. º 63, 1000-300 Lisboa, Portugal

 

Linha dos Fundos: 800 10 35 10 (gratuito – chamadas nacionais)

Webinar da Eurofound

Este ano, a Eurofound e o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (Cedefop) assinalam o seu 50º aniversário. A longevidade das agências e o impacto do seu trabalho são uma prova da importância da investigação baseada em evidências para a adaptação às mudanças no mercado de trabalho e para impulsionar o desenvolvimento económico.

Essa especialização e abordagem baseada em evidências são agora mais necessárias do que nunca para lidar com as atuais rápidas mudanças no mercado de trabalho e no mundo do trabalho. As novas tecnologias estão a ter um impacto profundo em vários aspectos da nossa vida profissional. Têm o potencial de aumentar a eficiência, reduzir riscos e melhorar a qualidade do trabalho. A Europa deve aproveitá-los para melhorar a vida profissional, bem como para manter a sua vantagem competitiva.

A inteligência artificial (IA) está na vanguarda desta mudança. Juntamente com o seu enorme potencial de lucro e progresso, apresentou desafios, incluindo preocupações com a destruição de empregos para trabalhadores médios e pouco qualificados. A IA transforma as tarefas e as necessidades de competências em todos os níveis e é necessário fazer mais para colmatar a lacuna entre as novas necessidades de conhecimentos e competências associadas à IA e a baixa percentagem de formação de trabalhadores para a mesma. Existem também implicações comerciais significativas, e as PME podem perder para as empresas maiores, que podem investir mais no desenvolvimento e implantação da IA.

No webinar especial realizado a 11 de fevereiro de 2025 –  #Eurofound50 – Mary McCaughey, Diretora de Informação e Comunicação da Eurofound, falou com Dragoș Adăscăliței, Diretor de Investigação da Eurofound, e Jasper Van Loo, Coordenador do Departamento do Cedefop, sobre como a IA já está a mudar a vida profissional na Europa e o que precisa de ser feito para aproveitar o seu tremendo potencial e, ao mesmo tempo, proteger aqueles que correm o risco de ficar para trás.

O vídeo está disponível em:

Watch the webinar – Eurofound LIVE: How is AI changing the world of work in Europe? | European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions

 

Academia sobre o Trabalho Digno para a Justiça Social – OIT

Com cerca de 130 participantes e 68 instituições envolvidas, a Academia reuniu especialistas e representantes do setor laboral para debater os desafios atuais do mundo do trabalho – com destaque para políticas de emprego, proteção social e desenvolvimento de competências – e estabelecer pontes com a comunidade CPLP.  Além de aulas magistrais e seminários, a Academia organizou uma Feira do Conhecimento como espaço interativo dedicado à partilha de experiências e boas práticas entre instituições participantes e parceiros institucionais.

 

A sessão de abertura contou com a presença do Presidente do IEFP Domingos Lopes, Secretário Executivo da CPLP Zacarias da Costa, Diretor CIF-OIT Christophe Perrin e do Secretário de Estado do Trabalho do MTSSS Adriano Rafael Moreira que destacou, na sua intervenção, a importância de identificação de medidas concretas na ótica do trabalho digno, a importância da segurança e saúde no trabalho, o desemprego jovem e a requalificação dos trabalhadores. Remata o seu discurso salientando os obstáculos enfrentados pelas empresas na contratação de trabalhadores, bem como os mecanismos de proteção social adequados, em especial em fim de carreira.

 

Para mais informações pode visitar o site da OIT Portugal: https://www.ilo.org/pt-pt/resource/news/academia-sobre-o-trabalho-digno-para-justica-social-em-lisboa.

 

Para uma política urbana integradora de comércio e serviços

As atividades de comércio e serviços sempre desempenharam um papel essencial no desenvolvimento das cidades. Elas são, reconhecidamente, um dos principais fatores de qualidade urbana. Surpreende, por isso, que essa estreita interação não seja levada em devida conta ao nível das políticas públicas. De facto, as políticas de comércio e serviços e as políticas de cidade, quando existem, pouco se articulam entre si. A verdade, contudo, é que as políticas que procuram dar resposta aos grandes desafios que as cidades enfrentam não podem ignorar o papel do comércio e dos serviços, na sua diversidade e complexidade atual. As atividades de comércio e serviços têm sido alvo de transformações profundas, nomeadamente no que se refere à expansão do comércio eletrónico, das plataformas de recursos que combinam as componentes física e digital ou, ainda, dos serviços com elevada intensidade de conhecimento, com claras implicações logísticas e, de um modo mais geral, na organização das cidades e na vida urbana. Paralelamente, têm ganho uma importância crescente as perspetivas de “fazer cidade” a partir dos conceitos de proximidade (física, temporal e sociocultural), multifuncionalidade e policentrismo. Uma cidade mais circular, de circuitos curtos e próxima dos cidadãos, tem na multifuncionalidade da rua, do bairro e do conjunto da aglomeração urbana a sua essência. Funções como a habitação e o comércio/serviços devem por isso coexistir, sendo o potencial das sinergias decorrentes dessa interação a base para a formação de ecossistemas inovadores e inclusivos com a comunidade local. Temos de evoluir do conceito de smart city para o de smart living, assim criando, simultaneamente, valor económico, social, cultural e público. Se as atividades de comércio e serviços são uma dimensão crucial da vivência e do desenvolvimento urbano, elas não podem deixar de fazer parte das estratégias e políticas de inovação de construção das cidades. Como integrar, então, as políticas de comércio e serviços nas políticas de cidade e como concretizar a visão de cidade enquanto ecossistema de bens e serviços pensado numa base colaborativa, envolvendo “quem faz cidade”? Este foi o debate desenvolvido no âmbito do Observatório “Serviços, Competitividade Urbana e Coesão Territorial”, integrado na CCPConfederação do Comércio e Serviços de Portugal, em que os subscritores deste texto participaram. Desse debate resultou uma ideia-chave, a necessidade de estimular uma visão integrada entre o planeamento e requalificação/regeneração dos espaços urbanos e as atividades de comércio e serviços, e uma iniciativa principal, a criação de um Programa de Apoio à Regeneração e Requalificação Urbana orientado por uma filosofia de “urbanismo comercial”. As orientações estratégicas para a política de cidades presentes no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) salientam a relevância do comércio e dos serviços para o planeamento do território e estabelecem diretrizes para os vários instrumentos de gestão territorial, designadamente os programas e planos intermunicipais, e ainda para o desenho de políticas urbanas. O PNPOT sublinha, também, que os documentos estratégicos exigidos no âmbito das designadas “abordagens integradas de base territorial” e da contratualização de fundos comunitários devem ser enquadrados por estratégias formuladas no contexto de figuras de planeamento intermunicipal ou, na sua ausência, por exercícios de integração supramunicipal das estratégias dos planos diretores municipais dos territórios abrangidos. O objetivo deste procedimento é melhorar a articulação entre instrumentos de gestão territorial e instrumentos de financiamento comunitário, assegurando uma maior racionalidade do sistema no seu todo. Contudo, estas orientações nem sempre têm uma tradução clara nos documentos estratégicos das Comunidades Intermunicipais (CIM) e das Áreas Metropolitanas (AM), designadamente nos que foram elaborados no contexto do Portugal 2030 (PT2030). Em face desta lacuna, propõe-se que se incentive a realização de Cartas Estratégicas de Urbanismo de Comércio e Serviços por parte das CIM e das AM, onde sejam identificadas as áreas que deverão ser objeto de projetos de regeneração e/ou requalificação urbana e que incluam diagnósticos prospetivos dos seus sistemas de comércio e serviços a partir de uma visão de futuro construída de forma colaborativa. Estas cartas são um instrumento imprescindível para que os poderes públicos avaliem os pedidos de licenciamento de novos empreendimentos, permitindo-lhes também atuar ao nível quer do aconselhamento, quer da promoção ou do desincentivo à instalação de novos estabelecimentos, de acordo com preocupações de equilíbrio e de diversificação do sistema e da geografia comercial. Por outro lado, e tanto quanto se sabe, o PT 2030 não inclui qualquer ação no sentido de reforçar a articulação entre políticas orientadas para o comércio e serviços e políticas de cidade. Ao mesmo tempo, e de forma mais genérica, verifica-se que uma grande parte dos programas atuais não valoriza devidamente o papel dos principais atores que “fazem cidade”. Ou seja, não parece estar assumido com o relevo desejável que o sucesso das ações preconizadas depende, em grande medida, de um trabalho cooperativo ao nível da sua conceção e execução, e da posterior adoção de modelos de gestão integrados e colaborativos. É esta dupla ausência que justifica a proposta de criação de um Programa de Apoio à Regeneração e Requalificação Urbana orientado por uma filosofia de urbanismo comercial, a inserir nos Programas Operacionais Regionais. No âmbito desse programa poderão ser apoiados investimentos associados a projetos de regeneração e requalificação urbana que incluam: (i) ações que visem concretizar políticas de planeamento urbano pré-existentes, promovendo uma maior integração de ações setoriais orientadas para o comércio e serviços nessas políticas e assegurando, ao mesmo tempo, uma maior convergência em torno de objetivos transversais de natureza ambiental, digital e de mobilidade; e (ii) ações de requalificação e inovação do comércio e serviços previstas em políticas de planeamento comercial (cartas estratégicas de urbanismo de comércio e serviços). As candidaturas serão apresentadas pelas CIM e pelas AM, mas as intervenções terão uma incidência geográfica delimitada, ajustada às necessidades específicas que cada município entenda como mais conveniente. O conjunto de ações a apoiar nas áreas de intervenção deverá basear-se num protocolo estabelecido entre os municípios e estruturas associativas representativas de comércio e serviços (incluindo turismo), de forma a assegurar que os princípios de uma filosofia de urbanismo comercial estão efetivamente presentes em todas as ações a promover. Com a expansão urbana e o aumento da procura por espaços comerciais, é essencial garantir que a estrutura de comércio e serviços seja planeada de forma eficiente e sustentável, correspondendo a um modelo de cidade desejada. É também fundamental assegurar a regeneração e requalificação de áreas urbanas consolidadas e o reforço de pequenos polos em bairros residenciais mal apetrechados por oferta de bens e serviços. Em ambas as situações, a abordagem ao território terá de ser efetuada integrando bons princípios de urbanismo e estratégias de eficiência coletiva, por definição multidisciplinares e multi-ator. Só assim será possível transformar os vários ecossistemas de comércio e serviços em fatores catalisadores de qualidade de vida nas cidades e de desenvolvimento urbano. Mais do que uma nova geração de urbanismo comercial, precisamos de modos de fazer cidade e de políticas urbanas que reconheçam o papel crucial que as atividades de comércio e serviços, em rápida e profunda transformação, desempenham e irão desempenhar nas sociedades e economias contemporâneas. * José Félix Ribeiro, economista; João Ferrão, geógrafo e ex-secretário de Estado do Ordenamento e Cidades; Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão ❉

https://insight.carma.com/a/1a838053-762f-479f-b274-f281c317802f

Semestre Europeu de 2025 – Pacote de outono

O Comité Económico e Social Europeu – CESE está a preparar na sua Secção da União Económica e Monetária e Coesão Económica e Social – ECO, um Parecer sobre o Pacote de outono do Semestre Europeu 2025.

Tendo em conta que a CCP participa nos trabalhos desta Secção e tem-se reunido, igualmente, com a Comissão Europeia sobre este Pacote, vimos divulgar as Recomendações que deverão constar no Parecer agora em preparação no CESE e que serão transmitidas à Comissão Europeia após a sua aprovação em reunião plenária:

RECOMENDAÇÕES

O Comité Económico e Social Europeu (CESE):

– considera profundamente lamentável e incompreensível que, num contexto político, social e económico turbulento a nível mundial, a Comissão Europeia tenha optado por não publicar a Análise Anual do Crescimento Sustentável, o principal documento do pacote de outono que apresenta as orientações políticas para o próximo período;

– considera que os riscos geopolíticos graves e crescentes e a deterioração das instituições multilaterais podem acabar por ter um grande impacto nas economias europeias, no comércio, na inflação e no crescimento. As instituições europeias devem estar preparadas para lidar com situações de emergência;

 – congratula-se com os esforços da Comissão para lançar o ciclo de execução do novo quadro de governação europeia e incentiva a Comissão a concluir esse processo o mais rapidamente possível. Considera, no entanto, que, num contexto político e económico difícil a nível mundial, os Estados-Membros devem combinar de forma inteligente as medidas de estabilização financeira e as reformas e os investimentos necessários para assegurar que a União Europeia (UE) se mantém numa trajetória positiva de crescimento sustentável;

 – assinala a posição da sociedade civil de que, embora o pacote de outono sublinhe a importância da participação das partes interessadas, há a perceção de que faltam mecanismos concretos para associar de forma adequada e eficaz os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil a nível nacional;

 – concorda com a proposta da Comissão de lançar a Bússola para a Competitividade no início do próximo ano, com base nas recomendações formuladas no relatório de alto nível «Muito mais do que um mercado», de Enrico Letta, e no Relatório sobre o Futuro da Competitividade Europeia, de Mario Draghi;

 – concorda com a conclusão do Relatório Draghi de que o principal fator subjacente aos diferenciais negativos de produtividade e competitividade da economia da UE em comparação com os Estados Unidos da América (EUA) e a China é o elevado défice de investimento acumulado nas últimas duas décadas. Considera que é muito importante promover uma política de investimento forte, centrada nos setores tecnológicos mais avançados, na criação de um mercado europeu da energia que reduza substancialmente os preços da energia e na concretização de uma transição ecológica e digital justa, utilizando os instrumentos proporcionados pela autonomia estratégica de uma política industrial europeia;

 – considera que o investimento deve ser financiado por capitais públicos e privados, nacionais e europeus, devendo para o efeito ser criado um Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, centrado no financiamento de projetos europeus prioritários, e que o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2028-2034 deve aumentar significativamente os recursos destinados às prioridades de investimento. Paralelamente, o financiamento do investimento privado deverá ser facilitado através do reforço da capacidade de concessão de empréstimos do Banco Europeu de Investimento e da renovação do Programa InvestEU, bem como da conclusão sem mais atrasos injustificados da União Bancária e da União dos Mercados de Capitais;

 – assinala a proposta da Comissão de que as recomendações específicas por país sejam orientadas para uma melhor execução das reformas e dos investimentos incluídos no Mecanismo de Recuperação e Resiliência e no QFP, uma vez que ambos estão prestes a terminar, em 2026 e 2027, respetivamente. No entanto, tendo em conta a atual taxa de execução e a natureza transformadora das reformas necessárias, defende uma avaliação pragmática para assegurar a plena eficácia deste mecanismo sem precedentes, o que passa por aferir imediatamente se o atual calendário de execução continua a ser adequado para a consecução dos objetivos visados. Tal ajudará os Estados-Membros afetados por desequilíbrios estruturais a reequilibrar as suas políticas macroeconómicas sem comprometer as reformas que apoiam o aumento da competitividade e geram um crescimento sustentável;

 – considera que, no difícil contexto político e económico que a UE atravessa, é fundamental assegurar uma cooperação mais eficaz entre os Estados-Membros para superar esses obstáculos. Apoia a proposta de recomendação da Comissão sobre a política económica da área do euro[1], que insta os Estados-Membros a adotarem medidas, individual e coletivamente, para melhorar a competitividade e promover a produtividade;

 – considera que as análises e conclusões da Comissão constantes do Relatório Conjunto sobre o Emprego são corretas e adequadas, podendo ser cuidadosamente convertidas em recomendações específicas por país. Insta igualmente os Estados-Membros a intensificarem os seus esforços para alcançar as melhorias necessárias no mercado de trabalho e a continuarem a aplicar os princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais;

 – incentiva a Comissão a prosseguir o programa para reduzir os encargos que uma regulamentação excessiva representa para as empresas europeias, diminuindo a sua capacidade de competir a nível mundial. A Comissão deve igualmente identificar e eliminar os obstáculos regulamentares que prejudicam a competitividade, as fusões e as aquisições das empresas europeias. Cumpre dar especial atenção às empresas com um estatuto de mercado estratégico. Ao mesmo tempo, há que harmonizar tanto quanto possível as regulamentações nacionais simples, para chegar, no futuro, a normas europeias comuns. O CESE reputa importante e necessário dispor de regras com boa qualidade regulamentar, que garantam os direitos dos consumidores e os direitos sociais e ambientais;

 – considera que, nas recomendações específicas por país, as propostas de investimento e de reformas devem dar prioridade à resolução do grave problema da habitação, que impede muitos cidadãos, especialmente os jovens, de usufruírem de um direito fundamental, tornando-se um obstáculo à mobilidade da mão de obra, que é, por sua vez, um fator de competitividade.

 

Igualdade Remuneratória

No âmbito da aplicação da Lei n.º 60/2018, de 21 de agosto, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) procedeu, durante o mês de janeiro à notificação de cerca de 4.000 empresas, relativamente às quais foi apurada uma diferença salarial entre mulheres e homens superior a 5%. Essas empresas terão, agora, 120 dias para apresentar um plano de avaliação dessas mesmas diferenças remuneratórias.

Porque ainda existem muitas dúvidas sobre a forma como proceder e implementar uma política de transparência salarial, além da ação que decorreu no dia 6 de fevereiro, onde participaram mais de 100 pessoas, a CITE irá promover mais duas ações de formação sobre Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens, em formato online, na Plataforma Microsoft Teams.

Laboratórios de Igualdade

A Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens

20 de fevereiro | 14h30 – 17h00 | Duração 2h30m

26 de fevereiro | 14h30 – 17h00 | Duração 2h30m

 

  • Enquadramento jurídico sobre a igualdade remuneratória entre mulheres e homens:
  • Código do Trabalho – art.º 31º – Igualdade de condições de trabalho
  • Lei n.º 60/2018, de 21 de agosto, que aprova medidas de promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual ou de igual valor
  • Aplicação do Guia de apoio à avaliação de postos de trabalho com base em critérios objetivos a homens e mulheres, disponibilizado pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (art.º 8 º n.º 2 da Lei nº 60/2018, de 21 de agosto).

Saiba mais em: https://cite.gov.pt/formacoes-2025

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