Aliança ODS Portugal

O Governo Português deverá apresentar o nível de progresso do país no que se refere à implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas até ao final do semestre, através do Relatório Voluntário Nacional.

ALIANÇA ODS PORTUGAL, criada na sequência do lançamento da Agenda 2030 das Nações Unidas e dos ODS, está a realizar um estudo para recolher, junto do setor privado e das organizações não empresariais, dados sobre a integração dos ODS na sua estratégia e operações.

Assim, e enquanto membro desta Aliança, a CCP convida todos os interessados a responder ao questionário, que estará disponível até ao dia 10 de maio. Poderão ainda partilhar o link para este questionário com outras organizações.

Os resultados serão estruturados num relatório a ser partilhado com o Governo Português como contributo da ALIANÇA ODS PORTUGAL para este ponto de situação, naquela que é designada a Década da Ação.

As organizações respondentes terão acesso aos resultados através dos e-mails fornecidos no formulário de resposta.

Informações complementares poderão ser obtidas através dos seguintes contactos: apee@apee.pt e gcnp@globalcompact.pt

Ponto de Contato Nacional Português – PCN PT

A Direção-Geral das Atividades Económicas – DGAE, enquanto entidade responsável pela coordenação do Ponto de Contacto Nacional Português (PCN PT) para a Conduta Empresarial Responsável, em colaboração com a Aicep Portugal Global, realizou um webinar que assinalou o arranque do ciclo de eventos anuais dedicados à promoção da atividade deste PCN.

A gravação da totalidade do evento está disponível no canal de Youtube do PCN PT em: https://www.youtube.com/watch?v=Uort1GAed2I&ab_channel=PCNOCDEPortugal

Até 21 de abril, poderemos avaliar e remeter propostas de melhoria para futuros eventos do PCN PT através do formulário de feedback em https://forms.gle/JJs9nqPSMUhviRHF6. Neste formulário, poderemos ainda subscrever as futuras comunicações do PCN PT, solicitar uma declaração de participação e/ou colocar questões à equipa do PCN PT ou aos intervenientes do painel deste webinar.

Brevemente, todos os conteúdos referidos no webinar estarão disponíveis na nova página atualizada do PCN PT em https://www.dgae.gov.pt/servicos/sustentabilidade-empresarial/ponto-de-contacto-nacional-para-conduta-empresarial-responsavel.aspx.

The State of Grocery Retail 2023

Foi, ontem, lançado o Relatório produzido pela McKinsey e pela Eurocommerce – em que a CCP está filiada – sobre a atividade e a dinâmica dos supermercados.

Na sessão, a Diretora-Geral da Eurocommerce realçou a importância do setor do comércio face às pressões inflacionistas e ao aumento dos custos energéticos que se têm feito sentir sobre os consumidores, atuando como um ”escudo” relativamente aos seus impactos negativos.

 

Download the full report now

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Na sequência da resolução adotada na 110.ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho, a OIT definiu para este ano o tema “um ambiente de trabalho seguro e saudável” como princípio fundamental e direito no trabalho.

Neste contexto, vai realizar-se no próximo dia 28 de abril, das 12h30 às 16h30 (hora de Lisboa) um Webinar. O acesso é gratuito, mas é necessária inscrição em https://ilo-org.zoom.us/webinar/register/WN_N5SiohrlTzS2ybBfgz9_2g .

Para mais informações: https://www.ilo.org/global/topics/safety-and-health-at-work/events-training/events-meetings/safeday2023/lang–en/index.htm

O papel do Ponto de Contacto Nacional para a Conduta Empresarial Responsável

A Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), enquanto entidade responsável pela coordenação do Ponto de Contacto Nacional Português (PCN PT) para a Conduta Empresarial Responsável em colaboração com a aicep Portugal Global, está a organizar um webinar, a realizar-se no próximo dia 13 de abril das 10H30 às 12H30.

PCN PT e Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais

O PCN PT e a respetiva rede de PCN surgem no âmbito da implementação das Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais, um instrumento voluntário que compromete os governos dos países aderentes a atrair investimento internacional através da promoção de impactos positivos que as empresas (multinacionais e não só) podem oferecer às sociedades. Os PCN estão mandatados para promover e implementar as Diretrizes e para estabelecer uma plataforma de mediação para o tratamento de queixas de um alegado incumprimento das Diretrizes no âmbito da atividade de uma empresa. Assim, a atividade do PCN é relevante não só para empresas, mas também para os trabalhadores, cidadãos, representantes da sociedade civil e outras partes interessadas.

Webinar |13 de abril | 10H30

Atualmente, o PCN PT está a reforçar a promoção da sua atividade junto dos stakeholders relevantes (representantes das empresas, dos trabalhadores e da sociedade civil). Entre as diferentes iniciativas previstas para este ano, existe a realização de um webinar (organizado via Microsoft Teams) na manhã de 13 de abril (poderá consultar o programa aqui), que será dedicado à apresentação do PCN PT e a um painel de discussão sobre “Conduta Empresarial Responsável no desenvolvimento de políticas públicas”. Para participar, basta efetuar o seu registo através do formulário de registo de participante em https://forms.gle/SN97GVp3d1w63s7R6.

 

Conferência “Querer e Crescer”

Decorreu na passada segunda-feira, dia 20, a  Conferência “Querer e Crescer -Ideias para acelerar o crescimento de Portugal”, da Associação Business Roundtable Portugal.

Durante a conferência, houve oportunidade de debater as prioridades do país e de demonstrar o trabalho e ação que esta Associação está a desenvolver, enquanto agente de transformação e mudança, para colocar Portugal a crescer muito mais do que tem crescido e para criar outras oportunidades de vida aos milhões de portugueses.

A ABR acredita que esta deve ser uma ambição coletiva, pois só em conjunto será possível fazer verdadeiramente a diferença. No entanto, a mudança faz-se a partir de cada um de nós.

A ABR espera, ainda, poder contar com o apoio e a participação de todos neste movimento de crescimento nacional, unindo esforços, recursos e competências, para que se crie coletivamente um futuro mais próspero, mais livre, mais equitativo, sustentável e também mais justo e solidário.

Assista ao vídeo dos melhores momentos e aceda ao resumo das conclusões, bem como aos restantes conteúdos da conferência.

FIN Portugal 2023

A FIN Portugal terá este ano a sua 7ª edição consecutiva em Braga nos dias 1 e 2 de Junho de 2023..
O boutique event, promovido em sinergia com a JEUNE e a Federação Sino-PLPE, com com o apoio de inúmeras entidades nacionais e internacionais, com o objectivo de promover o netwoking de alto nível à escala global com vista à criação de novas oportunidades de negócio e à consolidação de uma rede de contactos forte disseminada pelo mundo.
A FIN Portugal é o evento percussor do projecto “5 Eventos, 4 Continentes em Português

Saiba tudo sobre o evento

QSP SUMMIT 2023

A CCP associa-se uma vez mais a este importante evento e disponibiliza condições especiais de inscrição para os seus associados: 5% de desconto em todos os passes, acumulável com o Early Bird Ticket [até 31 de março].
O evento principia com a Cerimónia de Abertura, no dia 27 de junho, no Porto, prosseguindo para a Exponor, em Matosinhos, nos dias 28 e 29 de junho.

Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Escolas

No passado dia 21 de março, foi lançado o Guia para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Escolas 2023.

Na sessão, foi realçada a importância da proatividade dos alunos e de não se centralizar a responsabilidade no papel do Professor – não pode ser apenas uma missão da escola.

Foi referido que o Guia convoca-nos a todos, sendo o início de um trabalho de construção social. Foi construído com o envolvimento de vários atores, tendo havido um processo de auscultação.

A sessão contou com a apresentação de experiências de discriminação, de problemas de pertença a grupos (por exemplo, em função da nacionalidade) e da ansiedade que isso cria ao nível da integração no mercado de trabalho.

Foi, também, referido que é necessária a existência de espaços que permitam combater tabus, bem como da representatividade dentro das Associações de Estudantes. E não foi esquecido que os Professores são uma porta fantástica para “se permitir o sonho”: de darem exemplos concretos de quem conseguiu.

Consulte aqui o “Guia para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Escolas

Iniciativa Urbana Europeia

A Iniciativa Urbana Europeia esteve presente na 5ª edição do Fórum das Cidades em Turim, Itália. Foi uma edição muito especial com o lançamento oficial da iniciativa, a apresentação da oferta de capacitação, o anúncio dos temas do Segundo Convite à apresentação de propostas de Ações Inovadoras e a apresentação da plataforma europeia de Conhecimento em matéria urbana, o Portico.

O lançamento da Iniciativa Urbana Europeia foi um grande sucesso. Foi seguido por mais de 1000 participantes de toda a Europa, que se reuniram para discutir o futuro das cidades e o desenvolvimento urbano sustentável no Fórum das Cidades.
Esta é uma iniciativa chave da Comissão Europeia, impulsionando o desenvolvimento urbano sustentável para o novo período de programação 2021-27. É uma ferramenta essencial, apoiando cidades de todas as dimensões, desenvolvendo conhecimentos e capacidades para as cidades, bem como apoiando soluções inovadoras para desafios urbanos em toda a UE.

A sessão de lançamento reuniu a Comissária para a Coesão e Reformas da Comissão Europeia, Elisa Ferreira, o Vice-Presidente da Região Hauts de France, Daniel Leca, diretor do EUI, Tim Caulfield, Diretor-Geral Interino para a Implementação DG REGIO, Normunds Popens, bem como Teofil Gherca, diretor do URBACT, Dorthe Nielsen, Diretor Executivo da Eurocities, Michal Konicek, do Ministério do Desenvolvimento Regional da República Tcheca, e Kieran McCarthy, membro do Comitê Europeu das Regiões.

Aqui está uma retrospetiva do que aconteceu: https://www.urban-initiative.eu/news/euis-launch-cities-forum-2023

IVA Zero é “dificilmente fiscalizável”, diz João Vieira Lopes

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) admite que a medida do IVA zero acordada entre o Governo, a distribuição e a produção “tem algum impacto”, mas antevê que a fiscalização “é uma dificuldade real” nas mercearias e pequenas lojas. Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, João Vieira Lopes deixa o aviso aos “grandes operadores” da distribuição e da produção: “é também a sua imagem em termos reputacionais que fica posta em causa se houver muitos incidentes”.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é arrasado pelo dirigente da CCP, que acusa de estar “em ponto morto”. Falta “eficácia” por parte do Estado e “não há capacidade técnica, há falta de quadros qualificados, há concursos que ficam vazios porque estão desfasados da realidade nos custos e nos preços”, acusa Vieira Lopes

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) admite que a medida do IVA zero acordada entre o Governo, a distribuição e a produção “tem algum impacto”, mas antevê que a fiscalização “é uma dificuldade real” nas mercearias e pequenas lojas. Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, João Vieira Lopes deixa o aviso aos “grandes operadores” da distribuição e da produção: “é também a sua imagem em termos reputacionais que fica posta em causa se houver muitos incidentes”.

No dia em que o programa “Mais Habitação” é aprovado em Conselho de Ministros, João Vieira Lopes considera que o pacote “é excessivamente superficial” e que “não vai resolver a questão”.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência, é arrasado pelo dirigente da CCP, que acusa de estar “em ponto morto”. Falta “eficácia” por parte do Estado e “não há capacidade técnica, há falta de quadros qualificados, há concursos que ficam vazios porque estão desfasados da realidade nos custos e nos preços”, acusa Vieira Lopes.

Nesta entrevista ao Hora da Verdade, que pode ouvir na Renascença a partir das 23h00 e ler na edição desta quinta-feira do jornal Público, João Vieira Lopes anuncia que vai reunir-se com os grupos parlamentares para que atuem junto do Tribunal Constitucional e peçam a fiscalização sucessiva da Agenda do Trabalho Digno recentemente promulgada por Marcelo Rebelo de Sousa. O Conselho das Confederações Empresariais pediu um parecer ao professor Pedro Romano Martinez e são precisos 23 deputados para fazer acionar o pedido.

Usando uma expressão do Presidente da República, acha que é operacional o IVA zero? É fiscalizável?

É uma medida que tem algum impacto, quer em termos de opinião pública, quer em alguns descontos que são úteis. Faz alguma pressão sobre o comércio para ter atenção à temática dos preços. Agora, é dificilmente fiscalizável no sentido de manter os preços estáveis, porque o IVA é uma das componentes do preço, mas muitos destes produtos têm nível baixo e há outros fatores de produção que evoluem. Por isso é que nós sempre defendemos junto do Governo que devia tentar-se acordar que as empresas não aumentassem as margens de comercialização, porque, naturalmente, se outros fatores de produção aumentarem, elas vão ter que refletir.

É possível as pequenas lojas e as mercearias adaptarem-se à mudança nos preços? Acha que na prática não vai acontecer nada?

Em Portugal existem, neste momento, 14 mil operadores independentes de pequena e média dimensão. As associações que agrupam esse setor comprometeram-se a incentivar a que isso seja praticado. O mercado português é bastante concentrado. Tem dois operadores que fazem quase 60% e seis operadores que fazem 80% e por isso esse tipo de estabelecimentos, apesar de representarem 15 a 20% do mercado, não tem peso negocial.

A medida vai durar para lá de outubro? O que é que antevê?

Não sabemos se a inflação terá tendência a baixar, se baixará muito, se baixará pouco. Para além disso, também tem a ver com a disponibilidade que o Governo tem de investir nessas áreas e, nomeadamente, apoiar a produção agrícola, porque é um dos fatores de produção que pode determinar o custo do preço final dos produtos.

Falou-se muito das negociações entre o Governo, a negociação tripartida entre o Governo, a distribuição e a produção. Onde é que ficaram aqui o comércio e os serviços? Foram tidos e achados nestas negociações?

Nós participamos através da plataforma de acompanhamento do sector alimentar, onde estão representadas quer a indústria quer as diversas áreas do comércio, assim como diversas áreas agrícolas. A negociação final foi feita diretamente com os grandes operadores.

Para si, fica claro quem é que fiscaliza o cumprimento deste IVA zero?

Essa é uma dificuldade real porque as margens médias finais que todos os operadores têm são uma média entre o preço normal, o preço em promoção, o preço em grande promoção. Há sempre aqui uma zona bastante fluida. No entanto, pelo menos, da parte dos grandes operadores, acho que, se se comprometeram, é também a sua imagem em termos reputacionais que fica posta em causa se houver muitos incidentes.

O programa Mais Habitação é aprovado esta semana. Há imóveis que, segundo este pacote, estão atualmente destinados a atividades comerciais que vão poder ser convertidos facilmente em habitação. Qual é a posição da Confederação sobre isso?

Essa é uma medida marginal. Sobre habitação, defendemos que deve haver, como em vários países da Europa, uma lei do arrendamento comercial ou empresarial. Todas as medidas que têm a ver com com despejos, com cessação de contratos por obras, por remodelações, no caso do comércio, têm que ter em conta duas vertentes: investimentos físicos, como o frio na restauração, e mudanças devido a encerramento de edifícios, etc. Em termos de indemnizações, tem que haver especificidades como existem em vários países. É um tema que queremos introduzir. Já tivemos um projeto de lei mas, com as mudanças dos governos, ficou pelo caminho.

“IVA zero tem algum impacto na opinião pública e em alguns descontos que são úteis. Agora, é dificilmente fiscalizável ”
Queria retomar a discussão sobre essa legislação?

Sim e, por outro lado, também há a questão do alojamento local.

É o grande sacrificado?

É, é o grande sacrificado. Deve-se respeitar aquilo que foi autorizado e o alojamento local pode, em particular nas zonas do interior, ter um papel muito importante na dinamização e no povoamento do interior. A medida foi excessivamente radical.

A medida ainda pode ser mudada até à aprovação final?

Acho que sim. Todo este programa foi um programa para provocar impacto mediático. Em Portugal, há um problema claro de oferta [de habitação] e se não se atuar sobre a oferta, não se resolve. E as medidas do Governo atuam pouco em termos de oferta. Se não se aumentar a oferta, os preços não baixam. Não vale a pena ter ilusões. O programa, no seu conjunto, é excessivamente superficial, não vai resolver a questão.

Algumas medidas são positivas e são aproveitáveis, mas são claramente pouco ambiciosas em relação à situação global do mercado. Aliás, isso corresponde a uma das críticas que nós fazemos ao Governo. O Governo, que é um Governo de uma legislatura, por vezes, reage no dia a dia com medidas conjunturais. Não é que sejam negativas mas, ao fim de todos estes anos, não há uma visão estratégica e nem parece um Governo que tem uma maioria absoluta.

Sobre o acordo de rendimentos que foi assinado no ano passado, a UGT já veio admitir acionar a cláusula de salvaguarda deste acordo e pedir a revisão antes de outubro, que é o que está previsto. Faz sentido uma revisão antes do tempo, por exemplo, na sequência do aumento intercalar dos salários que o governo agora prevê em 1% para os funcionários públicos e a nova estimativa de inflação por parte do Banco de Portugal, agora fixada nos 5,5%?

Globalmente, ainda é cedo para se fazer um balanço. Se for reaberta a discussão, nós vamos à discussão, mas temos que garantir que a discussão tem que ser alargada, não pode ser só sobre temas salariais. Nesse sentido, tem que ser reaberta a discussão em relação à reorganização do tempo de trabalho.

“O PRR tem estado em ponto morto. vamos ver se arranca agora ”
Está a falar dos horários dos estabelecimentos comerciais ao fim de semana?

Podem ser perfeitamente discutidos os horários, os bancos de horas, as horas extraordinárias. Se se reabre, discute-se tudo.

Incluindo política fiscal?

A política fiscal que está neste acordo de rendimentos não é o ponto forte. Estamos mais preocupados com tudo o que tem a ver com a organização do tempo de trabalho, com a organização das empresas, com a proibição de ‘outsourcing’. Julgamos que é inconstitucional. O Conselho das Confederações Empresariais pediu um parecer ao professor Pedro Romano Martinez e serão contactados os grupos parlamentares, já que para nós foi uma desilusão a posição do Presidente da República…

… ao promulgar a Agenda do Trabalho Digno.

Exatamente. Contactaremos todos os grupos parlamentares. A fiscalização sucessiva de constitucionalidade pode ser pedida por 10% dos deputados, ou seja, 23. Iremos ver se há recetividade ou não para assinar um pedido de fiscalização sucessiva.

Com o brilharete nas contas públicas e com a atual receita fiscal, espera um acordo no futuro sobre a redução transversal do IRS?

Somos favoráveis à baixa do IRC, mas temos centrado a nossa prioridade em termos de baixa da tributações autónomas. O ministro da Economia, nesta área, não se tem posto muita resistência, isto é das Finanças.

O Ministério das Finanças é uma força de bloqueio?

O Ministério das Finanças tem que ser um contraponto em relação aos outros ministérios. É o primeiro-ministro que tem que arbitrar isso.

Tem saudades do anterior ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, no sentido em que teria mais peso no Governo do que o atual?
Nós não fulanizamos. Para nós, é a política do Governo. Há ministros que, pela sua postura e maneira de ser, facilitam…

E pela orgânica do Governo. Pedro Siza Vieira era o número dois.

Sim. Sob esse contexto, a Economia perdeu peso político.

Teve uma reunião da Concertação Social esta quarta-feira. Como é que correu?

Voltámos a mostrar claramente a nossa preocupação quanto ao ritmo de execução dos fundos europeus. Temos a sensação que toda a temática de fundos europeus está num ritmo muito, muito aquém do necessário. Diria que o PRR tem estado em ponto morto. vamos ver se arranca agora, e o Portugal 2030 nem sequer ligou o motor.

Esse retrato é dramático.

É. Da parte de muitos organismos há boa vontade, mas não há capacidade técnica, há falta de quadros qualificados, há concursos que ficam vazios porque estão desfasados da realidade nos custos e nos preços, nomeadamente, na construção. Temos uma sensação de falta de eficácia, uma incapacidade de resolver estes problemas e isso é uma questão grave.

“Há um problema claro de oferta [de habitação] e se não se atuar sobre a oferta, não se resolve. E as medidas do Governo atuam pouco em termos de oferta ”
Mas o problema está onde? A culpa é de quem?

Não estou sempre à procura do culpado. O que sucede é que, neste momento, o Estado não tem quadros qualificados à medida que se vão reformando. Há falta de gabinetes técnicos.

Para a apreciação das candidaturas?

Das candidaturas, para fazer os regulamentos. No PRR, tudo o que tenha a ver com os bairros digitais, houve um concurso há um ano e ainda não começou, nos aceleradores digitais ainda não há regulamentos. Neste momento, há, de facto, uma certa incapacidade. É um problema que o Governo tem que resolver. Há outra questão de fundo, que é uma crítica que temos feito a todos os governos: em Portugal chama-se taxas de execução a se se gastou ou não o dinheiro e não a uma avaliação qualitativa, se esse dinheiro teve eficácia na economia.

Isso ninguém mede?

As medições têm sido nulas ou fraquíssimas. Gastou-se, ao longo dos anos, centenas de milhões de euros. Teve efeitos positivos numa série de áreas, mas não permitiu a Portugal dar o salto qualitativo.

A perceção da CCP é que a estabilidade política está em causa ou que a maioria absoluta garante que isto chega até 2026?

Os empresários gostam muitos de duas coisas: estabilidade e previsibilidade. A maioria absoluta deu-nos inicialmente uma ideia que estas duas questões estariam garantidas por uma legislatura. Infelizmente, por razões internas ao Governo, já se verificou que houve bastante turbulência.

A contestação social a que temos assistido em França não é comparada com aquilo que se passa em Portugal. Acha que é uma questão de tempo até começar a haver um protesto mais musculado?

Os países têm histórias diferentes, características diferentes. A perturbação que está a haver neste momento em França é por um tema que em Portugal foi resolvido pacificamente: a idade da reforma.

E cá, não é preciso voltar a olhar para a sustentabilidade da Segurança Social?

É, aliás, a CCP levantou essa área, fez até várias conferências. Estamos convencidos que tem que se arranjar novas fontes de financiamento. Deve ser analisado em profundidade e fazer um financiamento misto que entra em conta não só com os trabalhadores, mas também com o valor acrescentado líquido. É evidente que o aumento da esperança média de vida obrigará a subir a idade da reforma e a arranjar outras fontes de financiamento. A esperança média de vida hoje está 20 anos para além da idade de reforma.

Entrevista Renascença:

João Vieira Lopes: “O IVA zero é dificilmente fiscalizável” | Entrevista | PÚBLICO (publico.pt)

 

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