Ontem, 28 de maio, a CCP participou no Webinar organizado pela Eurocommerce, federação europeia em que estamos filiados, sobre a promoção de um Mercado Interno e de um Crescimento Sustentável, enquanto base do seu Manifesto para o Retalho e para o Comércio Grossista, setores representados por esta entidade a nível europeu.
Ao longo do evento, vários representantes de instituições europeias e de empresas, incluindo o Vice-Presidente da Comissão Europeia para a Economia, Valdis Dombrovskis, realçaram a necessidade da UE ter regras ao nível das suas relações multilaterais com outros países, nomeadamente no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), continuando simultaneamente a concluir Acordos de Comércio Livre bilaterais com países terceiros. Neste domínio, foi realçado o cuidado a ter-se com as questões de se assegurar, por um lado, as regras de um comércio justo e, por outro, a fragmentação – ou seja, que cada um dos países do espaço europeu adotem uma ótica de firmarem por si próprios acordos bilaterais com determinados países terceiros, levando à perda do PIB de outros parceiros europeus.
Foi, também, discutida a questão dos conflitos, dos problemas de segurança económica deles resultantes e da necessidade de se evitar que estes conduzam ao protecionismo: há que se assegurar mecanismos que funcionem, através de uma boa implementação das regras já existentes.
Também foi referido que não tem havido uma suficiente abertura do público europeu para a negociação de acordos bilaterais que promovam efetivamente o comércio justo e abordaram-se outras questões complementares, como a necessidade de se qualificar os recursos humanos europeus, de se desenvolver programas de informação aos consumidores e de os incentivar a comprar bens seguros, sendo que o setor do comércio necessita de ser capaz de dar respostas a todas as questões que se relacionam com a sustentabilidade.
Foi muito interessante a abordagem dada à importância que o papel das PME tem ao nível local e das comunidades, o qual muitas vezes não é devidamente reconhecido no processo de tomada de decisão política e legislativa, impondo-se regras das quais resultam encargos administrativos e outros – como ao nível dos relatórios sobre sustentabilidade ou das restrições territoriais – que têm de ter em conta a realidade específica deste tipo de empresas (as limitações resultantes da sua dimensão). Também ao nível do franchise, foi referida a necessidade de se respeitar as suas características específicas.
Finalmente, foram abordados os desafios com que as empresas têm vindo a defrontar-se no domínio do digital, incluindo ao nível do e-commerce, incluindo das expectativas de relações mais fáceis no domínio dos canais digitais e de uma maior eficiência – nomeadamente ao nível de equipamentos e de sistemas operacionais mais evoluídos e baseados em dados que ainda assentam em infraestruturas muito tradicionais e que já não dão resposta às atuais necessidades.
Em suma, concluiu-se que as empresas terão de se envolver em níveis de investimento muito elevados, sendo expectável que a União Europeia providencie apoios adequados para a que a transição digital possa ser feita de acordo com as expectativas geradas.
A gravação do evento está disponível em: EuroCommerce Manifesto Webinar – Delivering a dynamic Single Market and Sustainable Growth (youtube.com)