Combater a Desinformação

Debate do Comité Económico e Social Europeu

O Comité Económico e Social Europeu – CESE, em que a CCP está representada, realizou recentemente um debate sobre como podem os cidadãos derrotar a desinformação, no qual estiveram presentes vários atores da sociedade civil a nível nacional e europeu.

Neste debate, muito participado, foi referido que o problema é a existência frequente de demasiada informação, além da propagação de falsas informações (de má informação), que constituem uma série ameaça ao processo democrático, sendo a desinformação um fenómeno que tem crescido cada vez mais nos últimos anos e tem impactado na confiança dos cidadãos.

Houve referências a uma recente iniciativa do Parlamento Europeu nesta matéria, bem como ao trabalho da Comissão Europeia, visando promover junto dos cidadãos uma maior sensibilidade e resiliência informativa, mas também o alerta para que existe uma forte narrativa enganosa que compromete o processo democrático.

A existência, nas escolas, do projeto Pinóquio, é um exemplo nacional que permite identificar processos de manipulação e colocar os jovens em contacto com jornalistas para obterem esclarecimentos.

Foi realçado que o combate à desinformação tem que ser um processo coletivo, sofrendo os media uma pressão constante e crescente e tendo a União Europeia que trabalhar com afinco e em conjunto com eles para combater a desinformação – mas é fundamental que o comportamento cívico colabore, com resistência ao imediatismo e à tentação de partilhar antes de pensar.

A verdadeira liberdade de escolha requer, pois, o respeito pelos direitos cívicos, sendo a desinformação “uma bala que atinge o coração da democracia”.

Foi, enfim, realçada a potencialidade que a Inteligência Artificial tem no aumento da resiliência contra a desinformação, aumentando as defesas contra possíveis ataques (foi dado o exemplo do projeto “Blackship”, para o escrutínio de artigos), bem como do trabalho conjunto entre países parceiros e da formação junto de ONG e de entidades governamentais neste domínio.

Concluiu-se que a questão não é o que PODEMOS fazer, pois já dispomos – através da tecnologia – de todas as ferramentas: a questão e o que TEMOS que fazer!

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