Reunião com a Comissão Europeia – “O futuro da política comercial da UE: desafios e oportunidades”

A CCP esteve reunida ontem com a Diretora da Direção-Geral do Comércio - DG TRADE, Dora Correia, sobre o tema “O futuro da política comercial da União Europeia: desafios e oportunidades”.

Nesta reunião, a CCP teve a oportunidade de partilhar algumas preocupações de cariz mais genérico sobre a questão do acesso aos instrumentos de apoio à internacionalização das PME europeias, que representam a quase totalidade das empresas na Europa mas  apenas cerca de 8% estão envolvidas em atividades comerciais com países terceiros, havendo portanto aqui potencial para se melhorar ao nível dos programas de financiamento.

Neste domínio, foi referida a necessidade de se apostar numa estratégia de mais e melhor informação sobre o financiamento existente, uma vez que as PME continuam a ter graves dificuldades em aceder a esta informação, a qual continua a ser muito complexa e dispersa, sendo desejável a sua concentração em instrumentos como um catálogo único e a disponibilização de mecanismos simplificados atuando como uma “one-stop shop” do tipo Access2Markets, soluções que possam oferecer às empresas de menor dimensão pormenores sobre as medidas de apoio existentes, a sua regulamentação e os contactos disponíveis para obtenção de esclarecimentos, quer dentro da União Europeia, quer além-fronteiras.

Foi ainda referido que os Acordos de Comércio Livre deverão explicitamente promover os elevados standards dos produtos europeus, por forma a assegurar a competitividade das PME na União Europeia e a protege-las da concorrência desleal a nível internacional; e que todos estes Acordos deveriam conter um capítulo específico sobre as PME que tivesse em conta as suas particularidades e as incentivasse a tirarem partido das novas oportunidades de negócio criadas pelos Acordos, os quais também mereceriam uma maior e melhor divulgação junto das PME (que muitas vezes desconhecem totalmente a sua existência).

Já a nível setorial, a CCP teve a oportunidade de partilhar alguns comentários sobre os relatórios Letta e Draghi correlacionados com o recente lançamento do Plano de Ação para o Setor Automóvel, assente em cinco pilares, dos quais foram destacados dois: a necessidade de um maior investimento nos pontos de carregamento e do apoio à renovação do parque automóvel (atuando-se, aqui, nos esforços de descarbonização do lado dos particulares).

Do ponto de vista do setor dos distribuidores de produtos químicos e farmacêuticos, foram destacados os desafios colocados pela estratégia Netzero, chamada a atenção para a concorrência sofrida pela União Europeia de produtos oriundos de países como a Índia (que muitas vezes não cumprem com as obrigações dos produtos de origem europeia) e também para o receio da indústria farmacêutica ao nível de tarifas impostas pelos EUA a este tipo de produtos, tendo em conta o elevado peso das suas importações pela União Europeia.

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