6 de Julho, 2022
Acompanhamento do PRR
No passado dia 29 de junho, representantes da Comissão Europeia deslocaram-se a Portugal para se reunirem com os Parceiros Sociais nacionais e ouvirem as suas opiniões sobre o Plano de Recuperação e Resiliência.
A CCP transmitiu a sua apreciação, tendo saudado este Plano no âmbito do impacto da atual crise; mas também foi crítica, lamentando a falta de envolvimento dos Parceiros Sociais para além da fase de consulta pública.
Três pontos críticos foram apontados:
– o desequilíbrio entre o peso do investimento público e o do privado;
– a excessiva centralidade na reindustrialização, face aos outros setores produtivos como o comércio, os serviços e o turismo;
– os setores representados pela CCP só foram envolvidos através das aceleradoras digitais.
A CCP enfatizou, ainda, o facto de as políticas de cidade não estarem presentes (o enfoque do Plano é nas florestas e na água).
Ressalvámos, ainda, que os países da União Europeia não estão no mesmo estágio em relação à transição climática e digital e que deve haver uma análise flexível relativamente a cada situação (por exemplo, em relação à questão energética, que não justifica um reforço de investimento no nosso caso).
Realçámos que a convergência económica e social deverá ser reforçada na União Europeia e a necessidade de apoio à transição digital, numa componente não centrada nos equipamentos, mas nos modelos empresariais, na forma de organização das empresas – uma ótica que tem mais a ver com as empresas e não com o hardware.
Salientámos, ainda, a necessidade de não se confundir o combate à excessiva burocracia com o combate às situações fraudulentas.
E, finalmente, realçámos que há investimentos fundamentais a realizar: há que apoiar os projetos que sabemos serem essenciais para concretizar. Sem cairmos em tentações de executar o que é mais fácil, o de execução fácil.