Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens

Projeto E-Grants

Realizou-se, no passado dia 14 de março, a Conferência de Encerramento do Projeto E-Grants sobre Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens, o qual permitiu a partilha de experiências e realidades entre vários países europeus.

O evento permitiu a divulgação dos principais resultados do projeto:

– existem diferentes métodos de cálculo do diferencial remuneratório entre homens e mulheres (DRHM);
– tem havido uma diminuição do DRHM em Portugal, mas temos de continuar a trabalhar nesse sentido;
– a parcela explicada do diferencial remuneratório (ganhos/hora) com base em horários a tempo completo, em 2019, foi apenas de 15% – ou seja, 85% não tem uma explicação;
– o aumento do nível de escolaridade das mulheres tem feito diminuir este diferencial;
– as mulheres estão sobre-representadas nos ramos de atividade económica e nas profissões menos valorizadas (segregação horizontal);
– esta segregação é considerável;
– os estereótipos de género que associam os homens ao papel de provedores primários do sustento das famílias, e as mulheres ao de principais provedoras de cuidados e de bem-estar afetivo é um dos fatores que mais explicam o diferencial;
– outros fatores explicativos avançados foram: critérios de aferição da produtividade; uma maior precariedade dos vínculos laborais; enviesamentos em função do género nos métodos e nas práticas de avaliação das componentes de funções.

Foi, enfim, abordada a questão do impacto do diferencial nos níveis de pobreza, tendo sido constatado que se o diferencial não existisse, a taxa de incidência da pobreza nas mulheres seria entre 3% a 5% menor – impacto, este, que também se faz sentir no crescimento económico, não apenas ao nível do PIB per capita, mas de forma indireta em diversas variáveis económicas (como o investimento).

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