CCP espera que sejam ultrapassados “tabus” na Concertação Social

Confederação espera que da parte do novo Governo "haja mais abertura" para "propostas mais consensuais", criticando a agenda que "foi marcada por objetivos políticos de aprovação do OE".

onfederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) espera que os resultados eleitorais, que deram maioria absoluta ao PS, permitam ultrapassar “alguns tabus e restrições” vividos nos últimos anos na Concertação Social em matérias laborais e fiscais.

“Temos expectativas de que algumas dificuldades e alguns tabus que existiram nos últimos anos, tendo em conta a base parlamentar que o Governo necessitava para aprovar o Orçamento do Estado e as suas políticas, que esses tabus e essas restrições possam ser ultrapassadas”, disse à Lusa o presidente da CCP, João Vieira Lopes.

“Referimo-nos quer a aspetos fiscais quer, em relação à Concertação Social, a aspetos laborais”, acrescentou o líder da confederação patronal.

O presidente da CCP referia-se nomeadamente à Agenda do Trabalho Digno, um conjunto de alterações laborais que foram aprovadas em Conselho de Ministros, em outubro, mas que acabaram por não avançar devido à dissolução do parlamento e à convocação das eleições legislativas antecipadas.

Na altura, perante a aprovação das medidas no Conselho de Ministros, as quatro confederações patronais com assento na Concertação Social suspenderam a sua participação nas reuniões considerando que houve “desconsideração do Governo pelos parceiros sociais” na discussão sobre legislação laboral.

“Ficamos na expectativa de que situações destas não voltem a suceder, se bem que ao longo da história da Concertação Social já tivemos boas e más surpresas”, sublinhou Vieira Lopes.

A CCP, acrescentou Vieira Lopes, está “aberta a discutir”, mas espera que da parte do novo Governo “haja mais abertura para se encontrarem propostas mais consensuais”, criticando que a agenda “foi fortemente marcada por objetivos políticos de aprovação do Orçamento de Estado”.

Para o líder da confederação patronal, com o novo Governo há “a necessidade de se retomar de uma forma mais organizada e sem preconceitos de tudo o que tem a ver com acordos de rendimentos e acordos globais para relançamento da economia”.

“O país neste momento necessita de um conjunto de consensos em diversas áreas que incluam as empresas, os trabalhadores e o Governo para que haja um relançamento efetivo da economia”, sublinhou.

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