19 de Abril, 2021
No passado dia 15 de Abril, a Comissão Europeia organizou uma Mesa Redonda sobre “As Competências para o Ecossistema do Retalho”, a qual contou com a participação dos Comissários Thierry Breton e Nicolas Schmit.
Na ocasião, a Eurocommerce – federação europeia em que a CCP está filiada e entidade reconhecida como parceiro social do sector retalhista – realçou a importância do sector que representa, enquanto serviço prestado aos (e para os) cidadãos. Destacou o importante papel que todos os que trabalham no retalho têm tido durante a crise do COVID-19, assegurando que os consumidores tivessem – e continuem a ter – o fornecimento de bens essenciais.
Foi, igualmente, referido que muitos dos retalhistas não alimentares sofreram arduamente com os encerramentos que se repetiram e estenderam em muitos países; e que a pandemia acelerou em massa a tendência para a digitalização e para as vendas online. As autoridades da União Europeia e as nacionais têm, agora, que ajudar as empresas – em especial, as PME – a munirem os seus trabalhadores com as competências necessárias para gerirem os sistemas digitais que foram, entretanto, implementados nos seus locais de trabalho.
Durante o evento, executivos seniores de 8 empresas retalhistas apresentaram a forma como as suas entidades têm investido na requalificação e no reforço das qualificações dos seus trabalhadores, no cenário de um mundo do trabalho em permanente mutação e transformação digital do retalho. Mostraram como um vasto leque de formação informal no local de trabalho tem assegurado que os trabalhadores do retalho deem resposta à procura – sempre em mudança – dos seus consumidores locais.
Foi realçado que os governos nacionais, bem como a União Europeia, deverão investir na resiliência do retalho após a pandemia, na sua capacidade de lidarem positivamente com a transformação digital e sustentável, incluindo um apoio dirigido às PME, para poderem posicionar-se no online e sobreviverem nesse domínio.
No que respeita ao seu papel no Diálogo Social Europeu e em parceria com a UNI Europa, a Eurocommerce propôs um Pacto Europeu para o Comércio, chamando a Comissão Europeia a apoiá-los nesta transformação e, também, a apoiar as PME no aumento das suas qualificações e na requalificação da sua mão-de-obra. Isto não é apenas sobre o digital: é sobre uma combinação entre “high tech and high touch”.
O futuro do retalho presencial necessitará de trabalhadores capazes de lidarem com as novas tecnologias e, ao mesmo tempo, prestarem um serviço de alta qualidade baseado em consultoria especializada e em serviço ao consumidor.
Em conclusão, o retalho a nível europeu pretende um diálogo renovado com a Comissão Europeia, em quatro domínios: Formação Profissional e Educação; Aumento das qualificações; Requalificação; e Educação ao nível superior, nomeadamente na área da ciência de dados (ex: profissionais trabalhando na área da Inteligência Artificial). Estas tecnologias já estão a ter um impacto no retalho e os retalhistas necessitam que as universidades europeias formem mais cientistas de dados ”home-grown”.