2 de Dezembro, 2021
Novo artigo do Eurofound
O Eurofound publicou um novo artigo sobre a pandemia, onde apresenta algumas das principais conclusões que o seu trabalho tem trazido no que respeita à saúde, tendo em conta o impacto que o COVID-19 teve nesta dimensão.
De 2008 a 2019, os resultados na saúde da UE melhoraram à medida que os Estados-Membros com despesas de saúde modestas expandiram as suas despesas de saúde. Em 2019, isso permitiu que esses países (principalmente os Estados-Membros da Europa Central e Oriental) alcançassem um maior número de cidadãos na UE.
Embora o número de médicos e enfermeiras em atividade tenha crescido continuamente na UE entre 2008 e 2019, a escassez de pessoal médico persistiu. O fosso entre os países aumentou, em parte devido à migração de profissionais de saúde, e os países com escassez de mão de obra na área da saúde viram a sua situação piorar ainda mais, dificultando a sua capacidade de recuperar o atraso com o resto da UE.
A pandemia de COVID-19 afetou os países de maneira diferente, levando a enormes disparidades no número de infecções e mortes. As estratégias de mitigação adotadas pelos Estados-Membros variaram em intensidade e período de tempo, destacando a importância de uma estratégia de saída coordenada da UE para alcançar um progresso mais rápido no controlo de uma pandemia.
A pandemia expôs as desigualdades estruturais na capacidade de saúde entre os Estados-Membros. Para garantir que ninguém seja deixado para trás após a crise, será fundamental traduzir os princípios de saúde do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, aumentando a capacidade e a cobertura dos cuidados de saúde.
Ficou, ainda, realçada a falta de ferramentas da UE para gerir uma grave crise de saúde. Uma maior coordenação e apresentação de relatórios na área da saúde como parte de uma União Europeia da Saúde reforçaria a preparação da UE para crises. A Conferência sobre o Futuro da Europa é uma oportunidade importante para os cidadãos se pronunciarem sobre as prioridades da saúde na Europa do futuro.
O impacto do COVID-19 colocou a saúde pública no topo da agenda da política social da UE. À medida que a UE direciona seus esforços para estabelecer uma União Europeia da Saúde para se proteger contra futuras crises de saúde, o trabalho realizado pelo Eurofound examinou até que ponto a UE alcançou convergência em termos de saúde e resultados de saúde, bem como de despesas e prestações de saúde, antes da pandemia. Também examinou os padrões de convergência em infecções e mortes por COVID-19 e nas medidas de mitigação adotadas pela UE e pelos governos nacionais.
Os resultados do trabalho do Eurofound indicam que, de 2008 a 2019, a saúde dos cidadãos da UE melhorou em geral e os Estados-Membros convergiram nos resultados de saúde, mas as disparidades nas despesas públicas e na prestação de serviços de saúde continuaram a aumentar. Neste contexto, a pandemia COVID-19 causou divergência adicional, com taxas de mortalidade e infecção variando muito entre os países. Sublinha, ainda, que idealmente uma União Europeia da Saúde não só reforçaria a preparação da UE para crises, mas também, em última análise, permitiria a convergência dos indicadores de saúde nos seus Estados-Membros.