22 de Abril, 2021
A CCP participou, no passado dia 20 de Abril, no Webinar “How will technologies impact economy, work and employment”, um seminário #ask the expert organizado pela Eurofound, a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho.
A mensagem fundamental que passou foi a de que os humanos têm – e continuarão a ter – que trabalhar com as máquinas, ainda que o impacto dessa interacção vá variar, consoante as pessoas envolvidas.
Será necessário que haja cooperação entre a gestão das empresas e os representantes dos trabalhadores, havendo que se assegurar condições de Segurança e Saúde no Trabalho e condições de trabalho adequadas, nomeadamente ao nível do tempo de trabalho, devendo estas dimensões ser monitorizadas.
Em termos sociais, foi referido que a necessidade de interacção com as máquinas poderá ter um impacto negativo, bem como a cautela que importa ser assegurada ao nível do tratamento dos dados que as máquinas vão recolhendo.
A dimensão da SST foi considerada muito importante, tendo desafios e oportunidades – há que se equacionar como poderá o contributo das máquinas ser útil e seguro, quando se debatem as questões do trabalho e do emprego. Foi referido, como exemplo, o sector da logística, em que há situações em que homens e máquinas trabalham juntos, tendo que se assegurar a segurança dos seres humanos, nomeadamente de se preservar a possibilidade de “desligarem” as máquinas quando necessário.
Outra questão debatida foi o impacto positivo que as máquinas têm tido na resposta à pandemia (por exemplo, nas questões ligadas ao apoio respiratório, bem como ao nível da desinfecção dos hospitais).
Importa assegurar que os cidadãos tenham acesso aos benefícios resultantes de todo este processo, devendo combinar-se as tecnologias por forma a terem resultados positivos para os seres humanos.
No tocante ao papel dos diferentes actores – governos, sindicatos, empresas – foi referida a existência de uma tradição forte e concretizada de regulamentação das condições de trabalho, na União Europeia, bem como o facto de a Comissão Europeia estar agora a endereçar a questão do trabalho em plataformas. Importa que toda a regulamentação vá sendo actualizada.
O diálogo social foi, também, uma dimensão abordada, tendo sido referido que as relações laborais estão a mudar e que os parceiros sociais têm essa noção, procurando trabalhar a nível nacional e europeu, nas suas negociações, tendo essa evolução em conta. Tem havido uma evolução da negociação colectiva, a qual tem tido em conta o impacto da evolução tecnológica, nomeadamente ao nível do tempo de trabalho e das necessidades de atualização e de reforço das competências dos trabalhadores (ainda que com diferenças entre sectores, havendo áreas em que há dificuldades).
Foi, enfim, realçado que a adopção da robótica implica que se repense totalmente os processos de produção e que, ao nível das plataformas, a União Europeia enfrenta dificuldades em competir com o que já existe nos EUA e na China, pelo que tem de utilizar os instrumentos disponíveis, nomeadamente ao nível da tomada de decisões políticas.