Posição da CCP sobre a Greve dos Motoristas

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, CCP, continua sem entender o motivo da convocação, neste momento, de uma greve, depois de se ter alcançado um acordo inicial quanto aos aumentos salariais para 2019 e 2020.

A menos de uma semana da data prevista para o início da greve, começam a ser sentidos os efeitos gerados pela incerteza quanto ao desfecho das negociações, não obstante o esforço quer da ANTRAM quer da própria Fectrans na procura de soluções equilibradas para ambas as partes. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, CCP continua sem entender o motivo da convocação, neste momento, de uma greve, depois de se ter alcançado um acordo inicial quanto aos aumentos salariais para 2019 e 2020. A postura do Sindicato Nacional dos Motoristas de Mercadorias Perigosas revela não só intransigência, como desconhecimento sobre o modo como as várias actividades económicas, incluindo esta, se desenvolvem. Com efeito, sectores sensíveis e muito vulneráveis ao desempenho da economia no seu conjunto, não podem comprometer-se com aumentos salariais a médio prazo, principalmente quando estão em causa aumentos que não encontram correspondência na evolução da inflação e numa justa repartição de ganhos de produtividade.

A CCP considera que o Governo tem feito um esforço na procura de soluções que permitam ultrapassar o bloqueio existente. Todavia, a CCP não pode deixar de alertar para os riscos subjacentes a uma negociação a todo o custo. A partir deste momento, o País corre o risco de estar sistematicamente confrontados com greves de categorias profissionais muito específicas a que os instrumentos negociais dificilmente podem dar resposta sob pena de se introduzirem distorções na política salarial de sectores e empresas. Mais complexo, contudo, é o problema da multiplicação de novos sindicatos cujas origens e motivações nem sempre são facilmente perceptíveis. Uma coisa é certa para esta Confederação, as empresas e os seus representantes não estão disponíveis para multiplicar negociações e acordos, desvalorizando um esforço de décadas de uniformização de condições de trabalho nas empresas.

Há, no entender da CCP, um momento para negociar e um momento para decidir, e essa decisão cabe ao Governo, tendo em conta o grave prejuízo para a economia e as empresas que resulta desta greve.

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